ECONOMIA SOLIDÁRIA. No lonão América, os desafios da integração, debate planetário
Com a presença de representantes de três países diferentes como debatedores e na mediação, um dos destaques do sábado, na Feira Mundial e no Fórum Mundial da Economia Solidária, foi um debate acontecido no lonão América, no Terminal de Comercialização Dom Ivo Lorscheister. O resultado da produtiva discussão está em material produzido pela assessoria de imprensa do projeto Esperança/Cooesperança. O material é assinado por Daiani Ferrari. Confira:
“Integração solidária e os desafios para a consolidação de um novo sistema econômico
Experiências e expectativas foram debatidas em uma assembleia intercontinental, na tarde de hoje. A atividade foi realizada no lonão América, montado no Parque da Medianeira, e contou com a moderação de Ademar Bertucci, da Cáritas Brasileira, e como debatedores Carola Reintjes, da Espanha e representante da Organização Internacional de Economia Solidária, e Eduardo Letelier, do Chile, representando o Espaço Mercosul Solidário.
Durante a assembleia, foi feita uma retrospectiva da economia solidária, sua formação em diversos países e como se desenvolveu esse processo. Inúmeros representantes de entidades ligadas à economia solidária deram seu depoimento e destacaram a integração entre mercados como uma forma de consolidação da prática, já difundida na América Latina. Conforme Carola, deve ainda ter um salto de desenvolvimento ainda maior, visto que o atual sistema econômico está em crise. Carola ainda falou sobre uma economia solidária reconhecida a partir de políticas públicas e, num futuro bem próximo, sobre a instituição de centros de experiências e socialização de boas práticas, através de união de setores, como poder público, universidades, centros formadores e de capacitação de agentes.
“O mundo está em crise, o modelo econômico também, e a economia solidária está crescendo. Estamos mostrando que uma alternativa econômica é possível, onde o pequeno é belo, é bonito, assim como o grande”, salientou a espanhola, que vê como ponto positivo no Brasil a paixão como a qual a economia solidária é feita. Durante a assembleia também foi relatada a experiência dos Estados Unidos, que tem uma experiência mínima se comparada com a América Latina. Nos EUA a economia solidária é feita a partir de uma articulação para o fórum social norte-americano, sendo uma vertente do Fórum Social Mundial. Apenas em 2007, a economia solidária começou a se fazer presente no país da América do Norte e, até agora, pouca pessoas ouviram falar dessa prática.
Em junho de 2010, na cidade de Detroit, estado americano do Michigan, acontecerá o fórum norte-americano, e um dos eixos da atividade será a economia solidária. O representante da Rede Nacional de Organizaciones Del Banco Popular de La Buena Fe, da Argentina, Juan Antonio Geerneck, falou sobre os desafios de se militar dentro desse movimento e das características de cada região que interferem nas políticas adotadas. “Tem lugares em que um povo tem que ter mais luta que o outro, então é preciso uma mobilização maior. A economia solidária é um trabalho diário, de altos e baixos, mas é um trabalho que dá resultado”, comentou.
Participaram da atividade, representantes do Brasil, Porto Rico, Estados Unidos, Espanha, Japão, Uruguai, Chile, Argentina, Paraguai e Japão. As resoluções tiradas serão levadas para discussão durante os grandes seminários que acontecem nesse sábado, entre 9h e 18h, nos lonões montados no Parque da Medianeira.”
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