CORSAN (2). Empresário também anuncia, via internet, intenção da prefeitura cancelar contrato
Tenho uma convicção, firmada em fatos e que já noticiei aqui: é intenção do prefeito (não obstante sua ligação com o Governo do Estado (“o melhor para Santa Maria nos últimos 20 anos”) e com a própria direção da companhia, que tem participação ativa de seu partido, o PMDB) romper com a Corsan. Mais que isso: já fez – ou recebeu, a pedido – estudos que apontam para a privatização do abastecimento de água e saneamento. Tudo muito discretamente e com poucos interlocutores. Inclusive porque o verbo privatizar não é exatamente politicamente correto, nos tempos que correm.
Como isso acontecerá? O caminho foi exposto por meu amigo Carlos Costa Beber, empresário muito bem informado e que também tem suas fontes no poder da comuna. No seu TWITTER , na tarde de quarta-feira, ele escreveu: “CORSAN: Prefeitura deverá cancelar contrato, e criar empresa mista p/ administrar água/esgoto/SM”.
Fui atrás de detalhes. É possível antecipar qual o artifício. A idéia é criar uma empresa de economia mista, com ingerência da prefeitura, mas gestão e investimento totalmente privados. Não uma autarquia, a exemplo do DMAE em Porto Alegre, ou o SAMAE, em Caxias do Sul. Estas são, de fato, municipais. Não, seria diferente: quem manda não é o público, mas o privado. E com troco suficiente, inclusive, para pagar eventuais indenizações devidas à Corsan. Algo como R$ 100 milhões, por baixo. E que garantiriam, olalá, um faturamento, na suposição de que o contrato seja de “apenas” 20 anos, pelo menos R$ 1,8 bilhão. Que trocão, hein? O gestor, obviamente, seria uma multinacional. Qual? Não sei. Mas imagino. Ah, e tudo devidamente aprovado por uma Câmara de Vereadores dócil ao projeto do governo, que tem maioria parlamentar suficiente para bancar tudo isso. E, taaalvez, com apoio da população, cansada do péssimo serviço prestado pela empresa estatal.
E aí, a Corsan vai ficar quieta, mesmo depois de todo o desgaste assumido nos últimos tempos? Claro que não. Aliás, não está quieta. Ontem, como este sítio noticiou em primeira mão, mudou a gestão. Afastou dirigentes das unidades de Santa Maria e Camobi e nomeou um interventor com plenos poderes. Antes, pelo menos duas semanas antes, apresentou ao prefeito uma proposta de redefinição do contrato atual, que seria extinto, e substituído por outro, em condições bastante interessantes para Santa Maria e já em vigor noutras cidades – que enfrentavam situação semelhante.
Como prometi ontem, fui atrás dessas informações. Afinal, o que propôs a Corsan e que, aparentemente, o prefeito prefere não discutir, empolgado com sua própria idéia do que seria “parceria público-privada” e com o rompimento unilateral do contrato com a companhia que, hoje, está muito mal de simpatia popular?
Há outros pontos, e ainda estou em busca deles junto a fontes próximas à Corsan ou com acesso a ela. Já descobri, porém, os dois que considero mais importantes e que explico a seguir, com direito a meus comentários. Você os conhecerá em nota que publicarei logo em seguida, mais acima.
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