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HISTÓRIA. A presença empresarial na repressão política feita pelo regime militar

Um filme instigante, que nunca fora exibido antes em Santa Maria. Depois, o debate

A iniciativa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM, de debater a participação efetiva de empresários no fomento à repressão política realizada pelo regime militar precisa ser enaltecida. É um espaço único para discussão -o que se dá através do evento “Cultura na Sedufsm”.

Penso que é importante difundir o que aconteceu na última segunda-feira, e que teve escassa repercussão na imprensa local. Então, sem delongas, vamos ao material produzido pela assessoria de imprensa da entidade, com texto e foto de Fritz Nunes. Acompanhe:

 “Documentário vincula empresários ao financiamento da repressão no Brasil

Um filme que joga luz sobre o tão pouco falado protagonismo do setor empresarial brasileiro no apoio, não apenas político, mas também financeiro, à repressão aos opositores da ditadura militar ocorrida no Brasil de 1964 a 1984. A ideia pode ser considerada uma síntese do debate que ocorreu na noite desta quarta, 16, durante o Cultura na SEDUFSM, em sua 42ª edição, a partir da exibição do documentário “Cidadão Boilesen”. O filme, realizado em 2009 e dirigido por Chaim Litewsky, com um título que remete à obra-prima de Orson Welles (‘Cidadão Kane’), recebeu vários prêmios Brasil afora e ainda não havia sido exibido em Santa Maria.

Apesar da noite chuvosa, 35 pessoas compareceram à exibição e prestigiaram o debate que ocorreu na sequência, com a participação dos professores Diorge Konrad (História da UFSM), José Luiz de Moura Filho (Direito da UFSM) e César Santos (diretor do Sindicato dos Bancários de Santa Maria. A coordenação do debate ficou a cargo do professor Vitor Biasoli (História da UFSM). O evento aconteceu no auditório da seção sindical.

A peça cinematográfica foi bastante elogiada pelos debatedores. Segundo o professor Diorge, que coordena o projeto “História e Cinema” do curso de História da UFSM, o filme trata das questões dialeticamente, procurando dar voz aos lados envolvidos na questão, ou seja, tanto daqueles que participaram da luta e armada e foram responsáveis pelo assassinato do empresário, presidente do grupo Ultra (Ultragaz), no início da década de 70, Henning Albert Boilesen, como de familiares e amigos da vítima.

Nos depoimentos apresentados pelo documentário, Boilesen é mostrado como uma figura contraditória. De um lado, uma pessoa interessada em projetos sociais, que procurava a discrição, e, de outro, corroborado inclusive por agentes militares que trabalhavam na repressão, alguém que “odiava comunistas” e que teria sido o principal articulador no meio empresarial paulista na formação de uma “caixinha” para financiar a Operação Bandeirante (OBAN), responsável pela captura, tortura e morte de inúmeros membros da luta armada contra a ditadura no final da década de 60 e início da década de 70.

Ditadura civil militar

Para o professor Diorge Konrad, os inúmeros depoimentos trazidos pelo documentário são elucidativos no sentido de fortalecer a tese de importantes historiadores do país, que advogam a ideia de que o que houve no Brasil não foi apenas uma ditadura de militares, mas, uma ditadura “civil militar”, que teve apoio também de setores da Igreja e ajuda relevante de setores da imprensa do centro do país…”

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