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Não sou muito boa em não falar – por Daiani Ferrari

Não quero escrever sobre o Grêmio ou o reajuste aos aposentados sancionado pelo presidente Lula. Também não quero dar uma palavra sobre o novo (nem tanto) técnico do Inter, embora acredite que esse assunto dê muito pano para manga, até porque os colorados dormiram sonhando com o Felipão e acordaram com o Roth caindo em seus colos. Diz a música que “viver é melhor que sonhar”, sei não.

Também não quero falar do Maradona, que se ganhar a Copa vai desfilar pelado no Obelisco, em Buenos Aires. Às vezes quero que a Argentina ganhe para ver se o técnico cumprirá a promessa, embora ao mesmo tempo queira que não tenha sucesso para não precisarmos ver uma cena deprimente como essa. O estoque dos novos iphones que acabou em menos de 24 horas nos EUA também não é um bom assunto.

Não quero falar sobre minhas viagens diárias entre Candelária e Santa Cruz, nas quais tenho visto cada cena engraçada, pessoas de diversos perfis, nas mais variadas situações. Dia desses encontrei uma família de cinco pessoas viajando. Eles iam até Montenegro e conversavam tão desinibidamente como se estivessem em uma roda de chimarrão e tão alto como num galpão. Um dos integrantes da família parecia o Galvão Bueno. Ele narrava a viagem, as curvas feitas, os animais vistos ao longo da estrada, os veículos ultrapassados que, inclusive, recebiam um breve aceno. Esse dia foi engraçado.

Mas também teve o dia em que a viagem foi constrangedora. Um casal, com uma filha de cinco os seis anos, viajava no banco logo atrás do meu. Eles já entraram brigando no ônibus. Depois de muita discussão em voz baixa eu ouço uma pergunta, num tom bem mais elevado:

– Em que tu estás pensando? Estás olhando para que do lado de fora do ônibus? – perguntou o marido.

Gritando para todos do ônibus, não somente para eu ouvir, ela diz… Ops, melhor não repetir sua resposta. Mas podem ter certeza, foi algo de baixo calão, muito baixo. Como não quero falar das minhas viagens, não vou contar sobre o dia em que na ida e na volta sentei em poltronas estragadas, que mais pareciam um vai-e-vem de pracinha. E não era nem o mesmo veículo. Foi puro azar, ou falta de sorte, como alguns dizem.

Não queria falar sobre isso, mas já falei, então vou parar por aqui. Quem me conhece sabe que não sou muito boa em não falar.

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