Negócios (3): “Atitude”, a palavra mágica – por Carlos Costabeber
“Contrate pela ATITUDE, treine as habilidades”!
Sigo essa filosofia desde 1998, quando criei a coragem de quebrar todos os paradigmas de RH que utilizava até então.
Para tanto, duas situações se apresentaram. A primeira foi a convicção adquirida pela convivência com os melhores especialistas da área, quando comandava o Programa Nacional Treinamento da Rede Ford. E a segunda foi a necessidade de buscar uma alternativa mais avançada, para poder sobreviver. Até porque, se continuasse a fazer o mesmo que todo-o-mundo, não poderia prever dias melhores pela frente.
Lembro bem que, numa visita às obras da Superauto naquele ano de 1998, estava acompanhado do consultor Lisboa, que veio ministrar um seminário de vendas, denominado “A Ponte”. Na oportunidade, fiz a ele a pergunta definitiva: é melhor formar profissionais, ou contratá-los prontos ?
A resposta foi direta: “quem tiver condições de formar profissionais, estará muito à frente dos demais”. Ouvindo isso, passei a redesenhar todo o processo de recrutamento e seleção, baseado no PERFIL desejado para cada função.
Entretanto, existe uma característica que deve estar presente em cada funcionário que se contrate: a ATITUDE.
Para mim, ATITUDE é a capacidade nata de uma pessoa para tomar decisões na hora que se fizer necessário, de estar sempre pronta para receber uma missão, de ser proativa, participativa. Uma pessoa que não precisa ser mandada, e que veste a camisa da empresa as 24 horas do dia.
Parece utopia, não é ? Ledo engano! Esses talentos estão por aí, quase sempre disponíveis.
Por isso, o executivo que quiser montar uma equipe vencedora tem de estar muito bem preparado para encarar esse desafio, além de buscar apoio profissional externo.
Quem conseguir êxito, vai colher bons frutos pela frente.
Mas como descobrir se um candidato possui essa virtude tão importante?
Nas entrevistas, deve-se buscar suas experiências anteriores, a postura frente ao entrevistador, a análise do desempenho escolar, as atividades sociais, o envolvimento com ações voluntárias.
Com o tempo, desenvolvi um “feeling” muito próprio, que me permite identificar o potencial do candidato. Analisando a somatória de todas as informações, e a opinião das demais pessoas envolvidas na seleção, pode-se avaliar se um candidato está apto a exercer a função desejada, e se ele preenche os demais requisitos, necessários para que possa se enquadrar na cultura da empresa.
Por fim, um conselho: quando contratar um profissional, faça de tudo para que ele permaneça na empresa para sempre!!!
É, pena que isso não seja uma realidade.
Cada vez mais só o que vejo são patrões querendo funcionários ignorantes.
Penso que estou definitivamente olhando para os lugares errados.
Mas há tantos empresários aptos a contratarem pessoas com virtudes assim? Pró-ativas… ?
A teoria é bonita, mas a prática…