TURISMO. A secretaria que mostrou aos botocudos como a coisa tem que ser feita
Na última segunda-feira, 9, o sítio da prefeitura dava conta do seguinte:
“A prefeitura de Santa Maria investe em um novo projeto que vai consolidar o conceito de turismo na cidade. A secretaria de Turismo está trabalhando na implantação de uma ferramenta de banco de dados que servirá como instrumento para o desenvolvimento das atividades e projetos da secretaria. Intitulado INFOTUR, a ferramenta consiste na sistematização das informações turísticas locais, que terá como condutor quatro eixos de trabalho: sistematização das informações básicas do município, oferta especializada (atrativos, serviço, comércio e Turismo), pesquisa e estudos e Cadastro Regional de Empresas Turísticas (CRET), que vai organizar a agenda turística de Santa Maria. Para atender a demanda de informações, a secretaria está catalogando ofertas e serviços do setor como restaurantes, bares, hotéis, lojas e pontos turísticos. Esse banco de dados estará à disposição em um ambiente na internet até março de 2011…” (AQUI, a íntegra)
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O repórter (deve ser coisa da idade) é meio esquecido. Como o bestunto, porém, deu um clique, o jeito foi apelar para o arquivo. Físico, não tecnológico. E aí que, bem guardado na estande, estava um documento. Com direito a autógrafo do prefeito Cezar Schirmer
Tratava-se do Plano Municipal de Turismo – 2009-2012. Foi elaborado após exaustivo seminário, com a participação inclusive de consultores externos. A saber: Leandro Antônio de Lemos (doutor em Turismo pela USP), Antonio Carlos Castrogiovanni (Doutor em Comunicação Social pela PUC-RS) e Susana de Araújo Gastal (doutora em Comunicação Social pela PUC-RS). Ah, o seminário, coordenado pela secretária Norma Martini Moesch (mestre em Comunicação Social pela PUC-RS), também teve a colaboração externa de Marutschka Martini Moesch (doutora em Ciências da Comunicação pela USP/SP).
O documento é, do ponto de vista da teoria, fantástico. Afinal, prevê tudo o que o governo pretendia fazer (e certamente está fazendo), para desenvolver o setor em Santa Maria. E mais, faz uma análise ampla do que é o setor na boca do monte. Uma porcaria, com o perdão da palavra claudemiriana. Bem, a leitura atenta do papelório de 40 laudas levou à conclusão óbvia. Antes do seminário, era tudo uma m. (bueno, se o Cara pode falar, aqui ao menos a inicial é possível).
Ainda bem que tudo mudaria a partir de então. Feito o diagnóstico, formuladas as políticas, definidos os projetos, a cidade sorriria para o turismo, f-i-n-a-l-m-e-n-t-e! É o que concluí, lendo o documento com a atenção devida. Para que o leitor entenda o meu entusiasmo, reproduzo apenas um parágrafo da página 7: “A finalidade do planejamento turístico consiste em ordenar as ações do homem sobre o território e ocupa-se em direcionar a construção de equipamentos e facilidades de forma adequada, evitando os efeitos negativos nos recursos, que os destroem ou reduzem sua atratividade. Assim, o planejamento é fundamental e indispensável para que o desenvolvimento turístico ocorra de forma equilibrada e harmoniosa.” Fantástico. Extraordinário. Como é que ninguém (exceto Ruschmann, autor citado no documento, no livro Turismo e Planejamento Sustentável: A proteção do meio Ambiente, publicado pela editora Papirus, em 1997) havia pensado nisso antes, em Santa Maria. Me senti um botocudo. Menos mal que a equipe da secretaria de Turismo trouxe a luz.
Claro que, para chegar a essa (entre outras) conclusão, antes era preciso bater com força nos ignorantes que antes haviam desempenhado as funções de gestão pública do turismo em Santa Maria. Afinal, se era necessário mudar, obviamente o que se fizera até ali não estava certo. Encontrei essa decisiva constatação na página 9 do Plano Municipal de Turismo. Está lá, textualmente:
“Em que pese o interesse da equipe pelo setor, ao inserir o Turismo na pauta dos programas de governo como uma nova vertente para o desenvolvimento, faltou efetivamente um plano que garantisse a continuidade dos programas e projetos em curso. Dispostos de modo dissociado e mesclados a ações estranhas a um órgão municipal de Turismo, como a manutenção do serviço de Fiscalização das Posturas Municipais e o Serviço de Proteção ao Consumidor (Procon), a pasta foi perdendo o foco, pulverizando energia e deslocando-se de seu eixo e sua função real.
É preciso, agora, devolver o nexo perdido à Secretaria de Turismo, buscar um modelo de estruturação e gestão que dê conta de sua nova missão. Um modelo que se apóie na concepção de um plano de Turismo edificado a partir da dimensão do fenômeno turístico, sua abrangência em relação a todos os setores e fatores produtivos, bem como sua interface com todas as demais secretarias que integram os governos municipal, estadual e federal”.
Ufa! Agora, sim. Identificados os problemas, estabelecidas as premissas teóricas, explicando como corretamente se faz uma secretaria de Turismo, é hora de ir ao trabalho. E está tudo lá, no PMT. Tá pensando o que, tem que trabalhar, elaborar os projetos, fixar metas e prazos e, por certo, os resultados virão. Naturalmente.
Dito isto, na próxima nota, e em outras que publicarei oportunamente, saberemos todos os projetos elaborados. E, por certo, tornados realidade. Afinal, em ano e meio de gestão havia várias coisas por ser feitas. Nada de perder tempo.
Você lerá, neste (nem sempre) humilde sítio, tudo o que foi projetado, e, com absoluta certeza, realizado. Mesmo que a gente não tenha visto.
(leia, na próxima nota, que publico logo mais, no início da manhã, quais as metas de curto, médio e longo prazos para a secretaria de Turismo)
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@maria luiza
Maria Luiza, tu és muito linda!
@Franz Ferdinand
Até onde sei a primeira dama faz um trabalho voluntário
e pelo que ouvi falar muito bem feito. Não vamos misturar as coisas e fazer comentários com fundamentos até porque
o site merece, é o único em Santa maria para discutirmos,
principalmente política, não vamos desperdiçar este espaço sem cocmeentários fudamentados e inteligentes. Pense nisto. Toda a critica qd bem feita só tem a ajudar
@Flamario Uchoa
O que a esposa do colunista tem a ver com o debate que está sendo feito? Para que baixar o nível? Será que ser esposa e trabalhar no setor público é crime? Então, vamos ter que discutir também sobre a mulher do prefeito, a primeira dama?
@Flamario Uchoa
Flamarion, quem tu acha que começou a organizar o espaço público em Santa Maria, tirando panfleteiros e carros de som da rua? Ou que idealizou o Centro de Eventos, por exemplo? A vida não começou em 2009 em SM…
Bom mesmo era no tempo do sevretário Paulo Ceccin,…há,…e a diretoa da Secretaria de Turismo na época, era a mulher deste colunista,…e o que foi feito em termos de “Turismo” no período de 2005 a 2008?