As eleições e os emails – por Máucio
Não sou daqueles que repetem sem pensar a manjada frase a qual diz que política não se discute, claro que se discute. O debate político deve ser um cardápio cotidiano, porém, no meu entender, tudo tem hora e lugar. Pelo menos para quem cultiva relações de amizade.
Evito polêmicas, por exemplo, em certas rodas festivas onde percebo que estejam presentes indivíduos exacerbáveis e de ideologias diferentes. E quando um dos participantes inicia alguma possível provocação, deixo o assunto se esvair.
Outro momento em que contenda deve ser evitada é em encontros familiares como o dia das mães. Irmãos, primos, tios, sobrinhos, sogra, que há tempo não se vêem, se reúnem em torno de uma macarronada ou de um risoto e podem tornar-se homens-bomba caso resolvam fazer pregações partidárias, mesmo que indiretas. Em ano de eleições então, nem se fala.
Existe, porém outro lugar impróprio para esse tipo de atitude. As pessoas não se dão conta porque não costumam fazer a equivalência dos hábitos do convívio social concreto com o relacionamento digital e assim as novas tecnologias acabam sendo usadas sem critérios. É o caso da Internet e mais especificamente do correio eletrônico no período eleitoral.
Nos últimos meses tenho recebido vários emails, desses enviados simultaneamente pela lista de endereços pessoais, que são simplesmente campanhas políticas explícitas ou veladas. Não sei o que é pior. Acho que as dissimuladas são as mais chatas, porque pressupõem que o receptor é ingênuo ou desinformado.
Pensem comigo, o sujeito vai votar no fulano, então recebe e re-encaminha para seu grupo de relacionamento mensagens contra ciclana. Na lista tem contatos de todas as cores ideológicas. Acontece que boa parte dessas mensagens de propaganda disfarçada é composta de calúnias, difamações, fotografias que não corresponde aos fatos, ou seja, verdadeiras armações que qualquer pessoa esclarecida detecta.
Fazer esse tipo de divulgação por emails é o mesmo, ou pior, que chegar a um churrasco de amigos e começar a esbravejar um monte de asneiras com o objetivo de dissuadir pessoas a votar em quem ele não gosta. E mais, quando faz isso pela Internet, o mala não corre sequer o risco de sofrer uma blitz para que pare de dizer bobagens.
Tentei, com jeito, pedir para dois conhecidos pararem de me enviar essas coisas e já consegui dois narizes torcidos comigo. Que situação! O que será que devemos fazer?
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