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PMDB GAÚCHO. Simon intima Schirmer a comandar campanha de Fogaça “na terra do Tarso”

Antes, o que a mídia reproduziu, a partir de sábado:

Sentindo que a situação está mal-parada, com o candidato ao Governo do Estado, José Fogaça, correndo o risco real de sequer ir para o segundo turno, o PMDB gaúcho resolveu se mexer. Produziu-se, na sexta-feira, uma reunião ampliada do Diretório Estadual, com a presença de coordenadores regionais, prefeitos e outros militantes graduados. Deu-se até um nome ao evento: “Arrancada rumo à vitória”.

Nele, formalizou-se a liderança da campanha, no interior do Estado, do secretário geral da sigla, deputado federal Eliseu Padilha, que havia sido escanteado da direção da campanha, por força da vontade do presidente Pedro Simon e, sobretudo, do candidato Fogaça. Também no evento, distribuiu-se um documento doutrinário e de orientações para a campanha nessa reta final (AQUI), chamado “Em defesa do Rio Grande”.

Confira como, oficialmente, o próprio PMDB noticiou o que aconteceu na sexta, no trecho em que fala do documento e da mobilização:

…O documento orienta prefeitos, vices, vereadores, presidentes municipais, presidentes de núcleos, coordenadores regionais e candidatos a deputado estadual e federal sobre o cronograma de mobilização que deve ser seguido em cada um dos 497 municípios do Rio Grande do Sul.

O objetivo da mobilização é fazer com que todos os dirigentes e militantes do PMDB e do PDT padronizem de forma simultânea atividades que mostrem a força da coligação Juntos pelo Rio Grande, o que, consequentemente, levará a vitória no dia 3 de outubro.” (a íntegra, AQUI)

Agora, o que a mídia não publicou:

Recebi a dica ainda na noite de domingo. Ontem fui checá-la. Na hora dos discursos, o sempre ensandecido verbalmente Pedro Simon foi ao coração de todos os militantes presentes, instando-os a se mobilizar para eleger José Fogaça governador do Estado. É evidente, na dedução claudemiriana, que aliás já tem tratado disso aqui com alguma freqüência, a preocupação com o atual momento. Em que existe a possibilidade real de um desfecho ainda no primeiro turno. O que seria, cá entre nós, um fiasco para o PMDB.

Por isso, também, Simon foi longe, na sua exigência. Que, em relação a algumas figuras importantes do peemedebismo gaúcho, alcançou mesmo um grau avançado de cobrança. Casos específicos, e muito especiais, dos dois principais prefeitos que a sigla ostenta no território gaúcho: o caxiense José Ivo Sartori e o santa-mariense Cezar Augusto Schirmer. Ambos com uma história no partido. E que têm, é o sentimento de Simon, que se mexer neste momento de dificuldade. Pelo que pude apurar, a Sartori o grão-dirigente do peeemedebismo, exigiu até mesmo que se licenciasse do cargo e fosse cuidar da campanha de Fogaça na região da Serra.

Embora a informação inicial que recebi fosse a mesma, no que toca a Schirmer, uma divergência (leve) entre as fontes não me permite afirmar com a mesma convicção, acerca do pedido de que se afaste da prefeitura, nessas três semanas finais. No entanto, e nisso todos coincidiram, Simon intimou Schirmer, textualmente, no seu discurso: “você, Schirmer, está convocado a coordenar a campanha do Fogaça na região Central. É sua obrigação fazer isso nesse momento”. E foi mais longe (talvez as palavras não sejam exatas, mas o sentido, sim):  “afinal, o Tarso é de Santa Maria, e é seu dever impedir que ele vença a eleição”. Que tal, hein? O presidente do PMDB/RS se referiu ao comandante da comuna da boca do monte com a autoridade de quem foi o mestre ao longo dos últimos 30 anos. E agora, o que acontecerá?

OPINIÃO CLAUDEMIRIANA: não acontecerá nada. Isto é, Cezar Schirmer até poderá ser nomeado formalmente coordenador, mas se envolverá na campanha de José Fogaça tanto quanto até agora. Pelo menos no que é visível. Vai aos eventos, sim. Não se omite, é verdade, de atividades de campanha – especialmente as que envolvem seu pupilo, Tubias Calil, candidato à Assembléia, além de receber os candidatos que por cá aparecem, com ênfase para Osmar Terra e Luiz Fernando Záchia, ambos concorrentes à Câmara dos Deputados. Mas coordenar a campanha para o Piratini, na região? Isso, não. Pelo menos até agora. E inexistem indícios de que mude de atitude até 3 de outubro.

ATENÇÃO: de posse de todas essas informações, checadas ao longo do dia, e da minha própria interpretação, tentei contato com o prefeito Cezar Schirmer. Entendi que seria importante saber dele o que pensa acerca do que viu e ouviu na capital do Estado. Telefonei duas vezes, para um número de celular que ele me disponibilizou meses atrás, e que nunca achei necessário utilizar, até agora. A primeira tentativa aconteceu pontualmente às 4 e 20 da tarde. Tocou sete vezes, e a etiqueta me levou a desligar. Outra, exatamente às 8 e 9 da noite. Atendeu um assessor, por sinal um bom amigo. Que, certamente, levou o recado ao prefeito do meu interesse em papear. O assunto foi antecipado, numa palavra: Fogaça. Não recebi retorno até à meia noite, horário em que me convenci de que tal não mais ocorreria. Paciência. O prefeito deveria estar num compromisso e não pode telefonar. Fiquemos, então, só com minha opinião. À espera que o prefeito possa se manifestar, se assim desejar.

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2 Comentários

  1. Falando em coerência, como diz o Jader, faça-se algumas ressalvas. Eliseu Padilha até foi escanteado sim, mas não apenas por que Pedro Simom quis. Havia um consenso tácito de que o PMDB não queria por perto de Fogaça pessoas que logo ali adiante poderiam ter que se explicar à Polícia Federa.
    E outra, vindo de quem vem o pito para que Schirmer se engaje na campanha…
    Afinal, Simom é um ícone em matéria de ética e moralidade, do mampituba para cima. Portanto…

  2. Política é como linguiça comprada em açougue. Tem de tudo embutido na tripa. A única dúvida que fica é saber se tem carne.
    Pois, a mesma coisa é com a política. Lá na ilha da fantasia o bom de discurso (e só) Simon, apoia a já eleita Dilma. Aqui, é contra o Tarso e a favor do Fogaça. Não sei se é mais defícil achar coerência na política ou carne na linguiça. Francamente, não sei o que fede mais: se a política ou a linguiça.

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