Os cartolas reféns (cúmplices?) de “torcedores”. E a “desvirada” de mesa – por Dijair Brilhantes e Bruno Lima Rocha
Coluna Além das 4 linhas – edição da semana de 18 de outubro de 2010 – por Dijair Brilhantes & Bruno Lima Rocha
“Torcida” corintiana invade treino
Umas das maiores facções organizadas do Brasil, a Gaviões da Fiel, do Sport Club Corinthians Paulista foi até o CT Joaquim Grava para “protestar”. Cerca de 70 “torcedores uniformizados” exigiram o afastamento do centroavante Souza do elenco corintiano. Pedido esse que deve ser atendido pelo presidente Andrés Sánchez.
Após ser substituído no jogo contra o Vasco da Gama em São Januário, o centroavante foi vaiado pela fiel corintiana, e respondeu com gestos obscenos. O ato cometido por Souza não é recomendável para um jogador de futebol profissional, receber críticas e vaias faz parte da carreira de quem vive de jogar bola. Por vezes, a cabeça quente, acarreta conseqüências maiores, por mais absurdas que estas sejam.
Dito e feito. Com a invasão da torcida-empresa, vimos um típico espetáculo da cartolagem. O mais grave é ver dirigentes reféns – ou serão cúmplices – destes profissionais de torcer por um clube. Poder é transferido aos líderes de torcidas porque os cartolas, como se diz no “popularês”, têm o “rabo” preso, devendo favores ou manipulando a estas facções. Historicamente ocorrem estes episódios no clube paulistano (basta lembra Edilson e Dinei). Não é de hoje que no Parque São Jorge os jogadores convivem com pressões extra-campo, recebendo ameaças e exigindo uma resposta imediata do comando do futebol, o que quase nunca ocorre, não ao menos no tempo devido.
A copa não serviu de exemplo, continua a demência racista dentro e fora de campo
A realização da Copa do Mundo na África do Sul, não serviu de exemplo para os Europeus? Mais uma vez o craque camaronês Samuel Eto’o foi vítima de manifestações racistas. Na rodada do final de semana do campeonato italiano, o atacante foi hostilizado pela torcida do Cagliari. O árbitro interrompeu a partida, solicitando nos alto falantes que fossem cessados os cantos racistas, caso contrário a partida seria suspensa. Não é a primeira vez que o camaronês passa por esta situação, outras duas vezes foi quando ele ainda atuava no Barcelona em 2006,contra as equipes do Racing Santander e Real Zaragoza.
O próprio Eto’o deu declarações dizendo ter esperança, que o mundial da África poderia servir de exemplo. Mas parece que não deu resultado, e estes criminosos devem pagar por estes atos.
Tal fato não se restringe apenas ao velho mundo, na América do sul basta lembrar os casos de Antonio Carlos Zago, Danilo, Leandro Desábato e Maxi Lopez, todos estes acusados de atos de racismo.
Conmebol desvira mesa
Agora o Brasileirão pegou fogo de vez. A Confederação Sul-americana de Futebol, voltou atrás e reconsiderou uma das vagas para a Copa “Santander” Libertadores de 2011. O G-3 passou a ser novamente G-4, desde que o campeão da Copa Nissan Sul-americana não seja um clube brasileiro. Crescem muito as chances de Atlético-PR, Grêmio, Botafogo, São Paulo e Palmeiras.
No campo, a briga fica concorrida, tanto na parte de cima da tabela quanto para escapar do rebaixamento. O galo mineiro e o Atlético-GO ganham vida, o Avaí começa a sentir o gosto do inferno, e já se cogita nova alternância entre os times de Santa Catarina, já que o Figueirense pode retornar a elite do futebol.
Na ponta de cima, o líder Cruzeiro perdeu para o Grêmio no último fim de semana, que faz a melhor campanha do returno, mas segue na liderança, já que Fluminense e Corinthians seguem patinando. O Santos, ainda sem técnico, está oscilando muito. Já o Internacional parece ter desistido de vez do campeonato, e vai se dedicar apenas a mundial de clubes.
A próxima rodada promete ser quente, por ser marcada por clássicos estaduais, os últimos de 2010.
Dijair Brilhantes é estudante de jornalismo ([email protected]) e Bruno Lima Rocha ([email protected]) é editor do portal do Estratégia & Análise (www.estrategiaeanalise.com.br)
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