UFSM, 50 anos: a enciclopédia não escrita – por Carlos Costabeber

Fiquei feliz com as inúmeras manifestações de amigos, sobre o artigo: “Os (meus) 50 anos da UFSM”.

Mas, em razão disso, “me caiu a ficha”!!!!

Vejam só! A UFSM deve ter formado mais de 50.000 profissionais nesse meio século de existência. É muita gente, que se encontra espalhada pelos quatro cantos do mundo. E cada um com uma história a ser contada, sobre o período em que viveu em Santa Maria, cursando a Universidade. Gente que veio de todos os cantos do Brasil, e mesmo da América do Sul.

Imaginem só o que se poderia ficar sabendo, se uma pequena parte desses ex-integrantes da Instituição resolvessem narrar as suas histórias ali vivenciadas. Daria uma verdadeira enciclopédia humana, não é???

A vida acadêmica é uma das mais gratificantes da nossa existência. É um período muito rico, pois a gente troca os bancos escolares do segundo grau pelas salas de aula do ensino superior. É quando ocorre a grande mutação, que é a passagem da adolescência para a maioridade.

Tudo muda, tudo é diferente. É um salto extraordinário na vida de um jovem, pois é quando ele passa a perceber que acabou a boa vidinha escolar. Que chegou o momento de assumir a responsabilidade em escolher e se preparar para uma profissão.

Então, repito, essa é uma das fases mais ricas da nossa existência. É quando guardamos na memória tantos e tantos momentos de realizações e de frustrações. É quando se solidificam novas amizades e os desafios começam a ser delineados.

Eu, particularmente, curti muito aqueles quatro anos em que passei no Curso de Administração, até porque, desde o inicio, estava convencido de que era o melhor caminho a ser percorrido. E depois, tanto na Fundação Getúlio Vargas em São Paulo, como nas oportunidades que tive em estudar no Japão e Estados Unidos, só serviram para engrandecer a minha vida pessoal e profissional.

E além disso, ao exercer com muita paixão o magistério público, pude avaliar de forma mais ampla, a importância desse período representado pela vida acadêmica.

Por isso tudo, em todas as comemorações pelos 50 anos da nossa UFSM ficou faltando, talvez, a parte mais importante dessa história: o resgate da memória dessa Instituição de ensino, através do relato desses mais de 50.000 ex-alunos. Foram todos esses milhares de jovens que levaram para sempre na bagagem a verdadeira história da UFSM.

Por isso, nesses 50 anos da nossa querida Universidade, uma grande enciclopédia permanece em branco.

É uma pena, pois quanto mais o tempo passa, menores são as chances de se poder resgatar essas histórias de vida.

FELIZ ANO NOVO.