DÚVIDAS, DÚVIDAS. Pra quem, onde será, de quanto será e quem pagará a conta do “Parque de Eventos Radicais”?

De pronto, afirmo que nada tenho contra esportes em geral, e práticas radicais em particular. Aliás, de algumas até gosto. Mas, enfim, sobretudo, sou a favor de todos os investimentos que gerem emprego e renda. E se, de inhapa, se ainda significarem diversão para o maior número possível de pessoas, melhor ainda. Creio que isso é suficiente para esclarecer que não tenho preconceito algum em relação à criação de um “Parque de Esportes Radicais”, anunciada anteontem, com o devido estardalhaço (o que tem sido cada vez mais comum) pela prefeitura.

Mas, que diabo, o bestunto pode não ser lá grande coisa, mas segue funcionando. E várias dúvidas surgiram, e lamentavelmente não foram sanadas pelo material produzido pela Coordenadoria de Comunicação Social da Prefeitura. E, como contribuinte e cidadão, creio ter o direito de, pelo menos, ver esclarecidas algumas delas. O pessoal não gosta muito de ser perguntado (tanto que evita o contraditório sempre que possível – e não me peçam para dar exemplos, por favor), mas seria conveniente que essas “bobagens claudemirianas” fossem respondidas. Inclusive porque, repita-se, o sítio não é contra nada.

Vamos às questões:

1) De quanto será esse investimento? E qual a parte que toca ao município – leia-se, o contribuinte santa-mariense? Será via renúncia fiscal (quanto?) ou investimento direto da comuna?

2) Onde se localizará, precisamente, na zona oeste, o empreendimento? Será em local público ou privado? E quantos empregos gerará, se for privado?

3) E, na hipótese de ser investimento público, é possível supor que toooda a cidade será beneficiada, ou apenas um grupo específico – aquele em condições por exemplo de praticar os tais esportes radicais? Ou o município colocará também equipamento à disposição? Ah, acrescente-se também detalhes, se não for perguntar muito, do que seria “parceria público-privada, com recursos também do Ministério do Turismo”. O temor é que seja uma parceria em que o público entre com o dinheiro e o privado o desfrute. Que ninguém se ofenda, por favor, a dúvida existe exatamente porque não houve explicação maior.

4) Essa, por enquanto última dúvida, é mais por “desencargo de consciência”: como haverá também um autódromo – e isso custa uma babilônia de dinheiro que, este sim, ceeeertamente será privado – haverá atrações suficientes para preencher um ano ou, no plano de negócios (que deve ter sido no mínimo visto pela prefeitura), já se sabe o que ocorrerá nos intervalos?

Faço esses questionamentos porque, lamentavelmente, não vi nada disso ser feito pela mídia tradicional. Esta, como (quase) sempre, apenas aplaudiu. E, como se sabe, a unanimidade…

Ah, vai que o repórter tenha lido mal. Então, reproduzo o material oficial, produzido pela prefeitura. Aí, o leitor pode confrontar. O texto e as fotos são de Fabrício Minussi. A seguir:

 “Cidade terá Parque de Eventos Radicais com primeiro circuito oval e misto da América Latina

A Prefeitura encaminhou na tarde desta terça-feira (1º) os últimos detalhes para a elaboração do projeto de um Parque de Eventos Radicais com o primeiro circuito oval e misto de automobilismo na América Latina, contemplando, também, atividades ligadas à motovelocidade e veloterra em Santa Maria.

O desfecho da negociação que teve início ainda no ano passado, numa parceria com a Federação Gaúcha de Automobilismo (FGA) e Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), ocorreu no Gabinete do Prefeito Cezar Schirmer….”

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