Atenção. Câmara vai à Justiça contra Jabor. E isso não atenta contra a Liberdade de Imprensa
Algumas pessoas sabem, além das envolvidas. Mas não custa trazer o tema à baila, inclusive para que todos entendam melhor meu ponto de vista. Como editor-chefe do jornal A Razão fui várias vezes processados. Numa delas, inclusive, o procedimento foi suspenso, após eu ter pago cesta básica a uma instituição de caridade (a Creche Luizinho de Grandi, da Cohab Santa Marta, foi a beneficiada). Em todos os casos, o processo não foi contra mim, pessoalmente, mas ao editor. E se deveram a textos publicados pelo jornal – pelos quais eu era responsável, embora não os tenha redigido.
Houve um caso, especificamente, que me deixou pê da vida. Faz qualquer coisa como dez anos. Fui interrogado e indiciado pela polícia e depois processado, em ação do Ministério Público, que fora provocado por uma pessoa que se sentiu agredida por cartuns supostamente racistas publicados pelo jornal. Se condenado, este amigo de vocês iria simplesmente para a cadeia.
Foram três anos de suplício. A cada audiência marcada, eram horas de sono perdidas. Por quê? Porque me sentia injustiçado, pela simples motivação de que os cartuns não eram racistas, no meu entendimento. Depois de tanto tempo, fui absolvido – inclusive por sugestão do próprio acusador, o Ministério Público.
A causa de minha lembrança? Simples: por mais que me sentisse brabo com a situação que considerava injusta, em momento algum acusei quem quer que fosse de atentado à liberdade de imprensa. Afinal de contas, é direito inalienável, de quem se sentir ofendido, recorrer à Justiça. Que está aí para isso mesmo, julgar.
Dito isto, não partirá de mim qualquer observação corporativista em relação à Câmara dos Deputados. No entendimento dos parlamentares, o presidente do parlamento, Arlindo Chinaglia a frente, os edis federais foram injuriados pessoalmente, ao serem qualificados de canalhas e outras coisitas mais pelo jornalista Arnaldo Jabor, em comentário na rádio CBN.
Ele, é o que se noticia, será acionado. E terá que se explicar com o Judiciário – exatamente como fiz, quando foi o caso. O jornalista, é a acusação, foi além da crítica política e partiu para o insulto. Agora, sofrerá as conseqüências de uma ação judicial. Que, ao final, o terá condenado ou absolvido.
E, creia, isso não é atentado à liberdade de imprensa. Não contem comigo para esse tipo de argumentação. Ela não cabe, no caso. Em tempo: as críticas de Jabor se deram em função dos gastos de gasolina dos deputados federais. Aliás, um assunto do qual também tratei nesta (nem sempre) humilde página de internet. E critiquei também, a propósito.
SUGESTÕES DE LEITURA – leia a reportagem Câmara vai processar Arnaldo Jabor por critica a deputados, publicada pelo ClicRBS, com informações da Agência Globo.
Para reler a nota Deboche. Deputados federais conseguem rodar mais de 300 quilômetros por dia, em média, que publiquei na madrugada de terça-feira, 24, clique aqui.
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