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ÁLCOOL E TRÂNSITO. País está “de joelhos” para indústria da cerveja, diz Pimenta

Pimenta: Congresso tem que mostrar coragem e enfrentar “lobby” da indústria

O deputado federal Paulo Pimenta (PT) resolveu tratar fortemente da questão da venda (e sobretudo da publicidade) de cerveja e a sua relação, que é real, com as mortes no trânsito. Nos últimos dias, tem sido seu tema prioritário. E está recebendo apoio por isso, pelo alerta que faz e providências que cobra.

Hoje, inclusive, tratou do assunto, com força, em pronunciamento feito na tribuna da Câmara. Os detalhes chegam através de sua assessoria de imprensa, com foto de Ricardo Lopes. Acompanhe:

Pimenta questiona papel social de cantores, esportistas e artistas em propagandas de cerveja

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) ocupou a tribuna da Câmara, na manhã desta sexta-feira (18), para chamar atenção da sociedade brasileira para a relação trágica entre a publicidade de cerveja, aumento de consumo da bebida e a mortes no trânsito. A crítica do parlamentar, dessa vez, foi dirigida a esportistas, cantores e artistas que vinculam suas imagens às grandes empresas de álcool no país. 

Além de cobrar medidas legislativas, como a sugestão da Organização Mundial da Saúde que indica a restrição da publicidade de cerveja para redução da violência no trânsito, o deputado defendeu uma postura mais responsável das pessoas públicas que, “ao que tudo indica, estão preocupadas apenas com o retorno financeiro pessoal, ignorando os danos do estímulo ao consumo de cerveja”. Conforme Pimenta, a utilização de símbolos nacionais e regionais cria uma cultura que normatiza o consumo de bebidas. 

”No Brasil, o contrato do Mano Menezes com a Kaiser, dizem, supera 2 milhões por ano. O futebol é um símbolo, um patrimônio do povo brasileiro, um vínculo que temos especialmente com as crianças e a juventude. E o que temos? O técnico da seleção, principal expressão pública do futebol no Brasil, com um contrato milionário, vinculando seu nome a uma marca de cerveja e aparecendo todos os dias na televisão”, criticou Pimenta.

O parlamentar citou o exemplo do jogador de futebol David Beckham, da seleção da Inglaterra, que durante 10 anos foi garoto propaganda da Pepsi. “O Beckham, segundo as agências internacionais, rompeu seu contrato com a marca de refrigerante pela necessidade de vincular sua imagem a produtos mais saudáveis para crianças. Por pressão da sociedade, por apelo de seus fãs, especialmente do público jovem, o atleta milionário abriu mão de ser vinculado à imagem da indústria de refrigerante” comparou Pimenta

“País está de joelhos para indústria da cerveja”

Segundo o deputado, o Congresso precisa ter coragem para enfrentar esse verdadeiro poderio do “lobby”, porque existem, segundo ele, dois setores que hoje impedem que haja uma legislação sobre esse tema no Brasil: as grandes agências de publicidade e a indústria da cerveja. “O país inteiro está de joelhos diante de dois segmentos de grande capital econômico, é verdade, mas que não podem ter força suficiente para fazer com que o Parlamento se dobre a essa situação”, conclamou. 

Críticas ao CONAR

O deputado acusou o Conselho de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) de ser tolerante com o abuso de sexualidade explorado pelas propagandas de cerveja, à utilização de esportistas, à vinculação a aparências saudáveis e exemplos de sucesso pessoal e profissional. Pimenta anunciou que na próxima semana irá entrar com uma representação no Conselho de Ética do CONAR solicitando maior rigor na análise de cada uma das peças publicitárias que estão no ar. “Todo o foco da propaganda é voltado para o público jovem que tem no seu imaginário exatamente aquelas questões que o CONAR aponta como a serem evitadas. Em nosso ponto de vista, a maioria dessas propagandas colide frontalmente com as tímidas e singelas normativas do próprio CONAR”, entende o deputado.

“Publicidade não aumenta consumo”, dizem indústrias

As empresas de cerveja alegam que a publicidade não serve para aumentar o consumo, mas para fortalecimento da marca e manutenção ou crescimento de fatias no mercado. Para o deputado Pimenta aceitar esse argumento é um equívoco. “Basta vermos que, com a restrição da publicidade do cigarro e com a condescendência à propaganda da cerveja que ficou de fora da regulamentação, as indústrias dessa bebida aumentaram investimentos em publicidade e em mais de 100% sua produção no Brasil, tornando nosso país no terceiro maior produtor mundial”, rebate Pimenta.”

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