Dizer que futebol é negócio virou fichinha. Na verdade, é um graaaande negócio. Não necessariamente para os clubes,claro, mas as federações não têm do que se queixar, engordadas por patrocínios os mais diversos, sobretudo da mídia grandona.
E a Confederação Brasileira de Futebol (futebol?), então, a qual estão subordinadas as federações? Provavelmente é uma das maiores, senão a maior, empresas do país, em lucratividade. Ano passado, apesar do fiasco da seleção (com jogadores que ela chama, sem nada ou quase nada repassar aos clubes), o troco que sobrou, para um faturamento de quase R$ 300 milhões, foi de… R$ 83 milhões. Que negocião.
Ah, e eles não ficam (e deveriam?) nem vermelhos, ao anunciar o resultado financeiro de 2010, como mostra reportagem produzida pela Agência Estado e publicada originalmente no final da noite passada, na versão online do jornal Correio do Povo. Confira:
“CBF lucra alto em 2010, mesmo com fiasco na Copa
As contas de 2010 da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), aprovadas por aclamação nesta quarta-feira pelas 27 federações filiadas à entidade, apresentam números expressivos e aprofundam o abismo entre a confederação e os principais clubes do País, cujas dívidas se acumulam a cada ano. Em 2010, a CBF arrecadou R$ 263,3 milhões, R$ 193,5 milhões desse total provenientes dos contratos com 10 patrocinadores.
Durante assembleia realizada num hotel da zona sul do Rio de Janeiro, o presidente, Ricardo Teixeira, detalhou o balanço da entidade para uma plateia eufórica – presidentes e demais dirigentes das federações, que quase sempre recorrem à CBF para obter recursos. O lucro líquido da confederação bateu recorde em 2010: somou R$ 83 milhões, contra R$ 72,3 milhões referentes a 2009. “Poderia ter sido mais favorável ainda se o Brasil tivesse chegado à final do Mundial na África do Sul”, disse Teixeira.
Como o valor pago pelos patrocinadores representa mais de 70% do arrecadado, pode-se prever que o balanço do próximo ano também atinja um saldo inédito. Para 2011, a empresa Seara, do setor de alimentação, que é a décima patrocinadora – assinou contrato em 2010 -, deve dar um aporte de 15 milhões de euros (cerca de R$ 34,4 milhões) para os cofres da CBF…”
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A CBF é uma associação de direito privado com garantia constitucional de auto-organização e auto-regulação.
O que isto significa?
Muitas coisas.. mas a mais importante e que a CBF não é uma entidade pública, não estando sujeita à interferência do Estado em sua administração.
Assim sendo, apesar das prerrogativas de comandar o esporte mais popular do Brasil e influir diretamente no interesse público (já que o esporte, enquanto lazer, é pretensamente garantido pela Constituição Federal), a CBF atua como uma empresa, cujo produto principal é o futebol.
Atuando assim, é natural que suas atividades se direcionem à geração de lucro.
Futebol como lazer social só nos campinhos de terreno baldio…