Política, Direito e Ensino Jurídico – por Vitor Hugo do Amaral Ferreira
Já na antiguidade clássica, a Academia de Platão se prestava à formação dos pensadores da época, que assumiam o papel de críticos de diversas atividades sociais, entre elas as jurídicas e políticas.
O surgimento dos primeiros cursos de direito no Brasil, pelas Academias de São Paulo e de Recife, estruturou os conhecimentos jurídicos do país e reproduziu o pensamento político e ideológico da época.
A escola do Recife assumiu a tarefa de restaurar a filosofia como crítica do conhecimento, em oposição ao positivismo preservado pela Escola de São Paulo. As duas escolas eram distintas em suas finalidades, o perfil dos acadêmicos formados em Recife era dirigido ao exercício da Magistratura, enquanto os acadêmicos de São Paulo eram destinados a compor a elite política brasileira.
Não é compreensível o discurso que renega a política e distancia-se do direito. Ao tentar associar as três delimitações deste texto: política, direito e ensino jurídico; muitos são os caminhos, mas tomemos os seguintes rumos.
O direito é o que nos impulsiona a lutar em busca de sua concretização, a política toma-se por espaço de organização, enquanto o ensino jurídico é o momento (pelo menos deveria ser) em que nos definimos como operadores do direito e pensadores da política.
Se a política é o espaço de organização, se é o direito ferramenta de garantias, sendo então, o ensino jurídico cenário de formação; sejamos políticos pensantes da concretização de direitos. Sejamos todos filiados politicamente ao direito e partidários à justiça. Sejamos aptos às reivindicações, façamos as manobras, mas não sejamos massa de manobra.
Prudente e oportuno instaurar posicionamento sobre assuntos que permeiam os fatos da contemporaneidade, tais como a Reforma Política e o Novo Código Florestal; os reflexos da mídia em relação ao direito, diga-se Poder Judiciário; a proteção à intimidade diante da exploração de banco de dados pessoais; as liberdades oriundas do Estado Democrático (de Direito?); os limites da sociedade internacional e a mundialização da política.
Anunciou Aristóteles que o homem é um animal político, que se organiza e se prepara no intuito de atingir seus fins. No meu ver, apropriada colocação, o que nos resta é o desafio de fazer da política espaço de fins coletivos, que possam preponderar aos individuais.
Em que pese, o destino de uma Faculdade é o destino do Direito, a que ela serve. Assim, conhecer o humano é situá-lo no universo. Quem somos? é inseparável de Onde estamos?, De onde viemos? e Para onde vamos?. Estas são as razões que fazem a necessidade do homem sujeito de mudança, não objeto dela, mas instrumento.
Eis o convite para o I Congresso Internacional de Política e Direito de Santa Maria.
ATENÇÃO
1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.
2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.
3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.
4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.
5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.
OBSERVAÇÃO FINAL:
A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.