Frear o ódio, punir os covardes! – por Valdeci Oliveira
A sociedade brasileira já percebeu “que a única cultura a ser cevada é a da Paz”

A decisão da maioria dos integrantes do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados em suspender por três meses o mandato parlamentar do deputado Gilvan da Federal (PL-ES), por este ter chamado a ministra Gleisi Hoffmann de “prostituta”, e com isso jogado na lata do lixo os ditames mínimos do decoro parlamentar, mais que necessária é pedagógica.
É preciso deixar claro a quem quer que seja que não serão aceitos os já surrados e carcomidos – pelo mau uso – argumentos da liberdade de expressão e imunidade parlamentar que, neste e em outros casos, não passam de um biombo a esconder a covardia do algoz e afastá-lo do alcance da Justiça.
É sempre bom lembrar que ambos os argumentos – liberdade e imunidade – ganharam destaque na nossa Carta Maior, a Constituição Cidadã de 1988, justamente para que tivéssemos asseguradas e salvaguardadas, enquanto sociedade, questões fundamentais que nos foram surrupiadas, roubadas pelo regime ditatorial instalado no Brasil por 21 anos a partir de 1964, que não por coincidência é defendido e admirado pelo agora deputado suspenso.
O caráter pedagógico aqui, por mais importante que seja e para que saibam que as instituições não estão propensas a aceitar esse tipo de comportamento, infelizmente é relativo. A esse tipo de gente seria pedir demais que aprendessem com a lição. A prática cotidiana de fazer política desses elementos se assemelha a um octógono de MMA, onde o que vale é a violência, na forma que for, como espetáculo, como redução do discurso, eliminação física do oponente, como negação da própria política pela qual foram eleitos.
Aliás, a violência é uma das marcas registradas desse segmento que, após uma espécie de hibernação com a volta da Democracia, na década passada ressurgiu das entranhas do mais abjeto dos segmentos sociais brasileiros, onde, em nome das “pessoas de bem” e dos “bons costumes”, e de um inimigo imaginário (mas útil nesse caso), sempre citando Deus ou Cristo, agem de forma racista, golpista, xenófoba e misógina, todas emolduradas pela sanha da cólera, da ferocidade, do desumano. E culpam o adversário por tudo isso.
Infelizmente, se tratam de atitudes que não mais nos surpreendem, visto a quantidade enorme de situações que vimos num passado recente, continuamos a presenciar no presente e tudo indica continuaremos a ver no futuro. E é a isso que todos e todas devem se contrapor, pois tais posturas trazem consigo a marca do ódio, do desrespeito, da mentira e da manipulação política.
A justificativa, segundo eles, é que o Brasil vive uma “guerra”, e como tal, num conflito desta natureza, vale tudo. Vale matar pessoas durante festa do próprio aniversário, tentar explodir bombas em aeroporto na véspera de Natal, detonar o próprio corpo em frente ao STF, planejar o assassinato de candidato eleito para que não assuma e de ministro de Corte Suprema para que não julgue. E engana-se quem acha que o planejamento do ataque a bomba durante o show da cantora Lady Gaga, na semana que passou, no Rio de Janeiro, está fora deste contexto.
Parece não haver limites, como vemos. E por isso mesmo não irão aprender nada com a suspensão do deputado que usa a bandeira brasileira dependurada sobre o ombro direito, o que faz com que tenhamos pena do nosso símbolo nacional ao vê-lo em tão péssima companhia, sequestrado por um setor radicalizado, fanático, que não mede o peso de suas ações ou que para seus fins vale qualquer meio.
O mesmo elemento, que em público se diz Cristão para tirar proveito da fé alheia, e com isso faturar votos em eleições, em outra ocasião externou seu forte desejo de ver o presidente Lula morto, se não de câncer, do qual escapou uma vez, de ataque cardíaco. Tanto no caso de Gleisi quanto de Lula, Gilvan, com o cinismo característico dos covardes, pediu desculpas diante da possibilidade de sofrer alguma represália.
Felizmente, na mesma sessão em que recebeu a pena de suspensão do mandato, Gilvan teve de lidar quieto com algo muito pior que o afastamento temporário em si: as reprimendas públicas de diversos deputados à sua conduta, inclusive dos gaúchos Paulo Pimenta e Maria do Rosário, que colocaram o cidadão no seu devido lugar e explicitaram o machismo e a covardia da postura do parlamentar. Gilvan teve de ouvir, por exemplo, que a valentia seletiva dele, notadamente contra mulheres, era algo muito semelhante à postura do ex-presidente Bolsonaro.
Mas, para a sorte de todos, a sociedade brasileira está farta disso. Viu acontecer a ascensão da ultradireita verde e amarela e no início relativizou, mas com o passar do tempo se deu conta que violência produz mais violência e que a falta de diálogo é o caminho mais curto para o abismo, o atalho para a barbárie. E o mais importante, que a única cultura a ser cevada é a da Paz.
(*) Valdeci Oliveira, que escreve sempre as sextas-feiras, é deputado estadual pelo PT e foi vereador, deputado federal e prefeito de Santa Maria
Resumo da opera II. Os caras precisam de cartilha! Kuakuakuakuakuakuakua! E só cruzar os braços e esperar!
Resumo da opera. Depois do ultimo video do tal Nikolas o PT distribui uma cartilha para defesa do governo. Tonho Aideti não deve ter recebido a cartilha e não sabe o que pensar sobre o assunto.
O resto é tentativa de cortina de fumaça. Tentam ‘polarizar’ para tirar foco dos problemas principais porque acham que é melhor para eles. O que pega é a conta do Supermercado e o INSS.
Hummm…. Do nada surge uma questão. Quem seria a ‘amante’ na lista da Odebrecht durante a Lava a Jato? Por que será que escolheram esta alcunha?