Os desgostos de agosto – por Vitor Hugo do Amaral Ferreira
Aos dois dias do mês de agosto de dois mil e onze, eis que escrevo aos (des)crédulos das crendices do oitavo mês do ano. Ao longo da história da humanidade, foi no mês de agosto que se sucederam uma série de fatos, que o tornam um mês temeroso.
Para os romanos, no mês de agosto, entre os antigos contos históricos, esperava-se pelo ataque de um grande Dragão, que aos estudiosos restou explicado que se tratava da constelação de Leão, visível com mais ênfase naquele mês.
Em Portugal, no período das grandes navegações, as mulheres não se casavam no mês de agosto, época em que os seus pretendentes jogavam-se ao mar, junto às expedições marítimas. Situação que lembra composição feita por Chico Buarque em que: mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas, sofrem pros seus maridos. Poder e força de Atenas, quando eles embarcam soldados, elas tecem longos bordados, mil quarentenas. Heróis e amantes de Atenas, as jovens viúvas marcadas e as gestantes abandonadas não fazem cenas, vestem-se de negro, se encolhem, se conformam e se recolhem.
Acompanhando os dissabores do mês, diz o dito que casar em agosto traz desgosto. Também já foi o mês de maior incidência de contaminação por raiva, daí o mês do cachorro louco. Ainda sobre as crenças, na Argentina quem lava a cabeça neste mês está chamando a morte.
O dia 24 é um dos mais curiosos. Na África, a data é conhecida como o dia do diabo solto. Na França (1572) aconteceu o Massacre de São Bartolomeu, quando a Rainha Catarina de Médici ordenou a morte de milhares de pessoas. Na mesma data, em 1954, Getúlio Vargas suicidou-se.
Foi ao gosto de Hitler que em agosto suas tropas assumiram o governo alemão. O dia 8 do mês do desgosto, no ano de 1937, marca a trágica operação do Japão ao invadir Pequim.
Também em agosto, na cidade de Nova Iorque, foi eletrocutado o primeiro homem condenado à cadeira elétrica. Em 1º de agosto de 1914 começou a 1ª Guerra Mundial, no ano de 1939 iniciou a II Grande Guerra. De 6 a 9 de agosto de 1945, mais de duzentas mil pessoas morrem em Hiroshima e Nagazaki, destruídas pela bomba atômica. Em 13 de agosto de 1961 teve início a construção do Muro de Berlim, em 25, do mesmo mês e ano, Jânio Quadros renunciou à Presidência da República. Em agosto de 1976 morreu Juscelino Kubitscheck.
Dissabores do mês, para desgosto de uns ou para o gosto de outros, podem ser apenas coincidências. Se são ou não…deixamos para outros agostos.
ah…sim, o “mês do cachorro louco” como costumam dizer lá no interior.
Os políticos tem que cuidar: Também foi num agosto que o Jânio renunciou, que o JK morreu no acidente e que o Nixon renunciou por causa dos escândalos.
Se bem que nos dias de hoje…Político nenhum deve ter medo disso.
Completando , “no creo en las brujas pero que las hay las hay”, é muita coincidencia. interessante o comparativo.