ENCRENCA PETISTA. Decisão apenas em 2012. Mas o lance do momento foi de Fabiano
Na sexta-feira, a “PT de Luta e Massa” (PTLM), que tem como líder principal o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Fabiano Pereira, tornou público um COMUNICADO. Como este sítio registrou, no mesmo dia, o documento oficializa o apoio do grupo, à candidatura do deputado federal Paulo Pimenta, pelo PT, à Prefeitura, em 2012.
E daí? O que significa isso? Que conseqüências terá? Quais os objetivos da corrente fabianista? Que, na correlação de forças internas do PT santa-mariense, é a segunda mais importante, do ponto de vista numérico, atrás do “PT Amplo e Democrático” de Pimenta e logo à frente da robustecida (com adesões recentes de ex-pedetistas) “Unidade na Luta”, do ex-prefeito e atual deputado estadual Valdeci Oliveira.
Na avaliação claudemiriana, muda muito pouco – no que toca à decisão sobre o candidato petista. Afinal, Pimenta, ouvido pela rádio Imembuí ainda na sexta-feira, e conforme os registros dos jornais do final de semana, e também pelo que disse o parlamentar a este editor, deixou claro que a decisão definitiva se dará apenas em março do próximo ano.
Mas isso é do ponto de vista objetivo, linear, simétrico, aritmético ou que adjetivo se queira dar. No entanto, há uma decorrência bastante importante, subjacente, e que só é possível fazer lendo nas entrelinhas. Nos entrementes do cotidiano petista. E qual seria?
Bem simplificadamente, se pode dizer o seguinte:
1) Até alguns meses atrás, estava clara a intenção de Pimenta, que queria Valdeci candidato a prefeito. E não o secretário de Justiça. Pensava convencer o deputado estadual. Este, por sua vez, não queria concorrer, e também, como o federal, recusava a hipótese Fabiano.
2) Com o tempo, Valdeci, porém, mostrou-se irredutível. E convenceu a todos, enfim, que não será candidato. Pimenta percebeu isso, mas manteve-se contrário à hipótese Fabiano – que nunca desdenhou a possibilidade de concorrer, afinal isso pode dar-lhe a vitória. Sim, mesmo eventualmente perdendo, pavimentará o caminho para uma candidatura vitoriosa, dois anos depois, a deputado federal.
3) Mais recentemente, a “Unidade na Luta”, de Valdeci, deixou claro para Pimenta: ele é o candidato preferido. Mas, se não quiser, o grupo passaria a apoiar as pretensões de Fabiano. Resultado objetivo: o deputado federal pôs-se a defender (e tem apoio de parte do grupo de Valdeci, que não está exatamente unificado na chancela hipotética a Fabiano) a busca de uma quarta via. Por enquanto, sem sucesso.
4) Agora, Fabiano faz seu lance, junto com seu PTLM: dá um xeque em Pimenta, ao definir-se pelo nome do deputado federal que, ele imagina, não quer concorrer. E pretende obrigar o seu adversário interno a se definir. Se Pimenta aceita, ok, vai para a campanha e o secretário aparece como alguém que abriu mão de uma pretensão legítima em favor da causa. Ganhando Pimenta a eleição de 2012, Fabiano pavimenta seu caminho para virar o candidato preferencial dos petistas santa-marienses à Câmara dos Deputados e ainda vira um dos avalistas do futuro prefeito. O PT (e Pimenta) perdendo, nada muda e Fabiano continua secretário de Justiça, com amplitude estadual e em condições de uma campanha mais tranquila atrás da vaga de deputado federal.
5) Imaginemos o que parece, ao editor, mais provável. Isto é, a recusa de Pimenta concorrer à Prefeitura. Bueno, aí, a menos que surja uma quarta via de fato consistente (existe?), capaz de sustentar uma disputa digna contra Cezar Schirmer, não há dúvida: Fabiano Pereira jogará no colo do deputado federal as “honras” da responsabilidade pela derrota. Bem, isso é o que ele imagina. Vai dar certo? O futuro, cá entre nós, não demora tanto assim. E aí se saberá.
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Venho dizendo a tempo o se Pimenta abrir mão da candidatura, o PT, não vai ter candidato na cidade, o Fabiano não vai para ele concorrer ele tem que ter um mandato, pois em caso de perder ele tem um mandato para continuar ajudando o povo, é ou não é.