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Culpa é de quem? Parece que reforma política virou palavrão, escreve um analista de respeito

Já disse e escrevi, digo e escrevo de novo: não acredito que ocorra uma reforma política, por melhor intencionados que sejam os que a estão propondo agora e os projetos em discussão no Congresso Nacional. E por uma razão singela: qualquer mudança minimamente atraente (para além do financiamento público de campanha, o que é perfeitamente possível) implicará em riscos sérios para a reeleição da maior parte dos parlamentares. Então, como acreditar que votarão contra si mesmos?

 

Resumo da ópera: apenas um congresso eleito explicitamente para esse fim, entre outros, poderá promover uma “revolução” nos costumes e formas eleitorais dos brasileiros. Mas há quem, para além dessa dificuldade, imagina que seja possível pelo menos debater o tema (do que não discordo). E vai mais adiante, como você poderá ver no artigo publicado pelo respeitado jornalista Kennedy Alencar, na seção “Pensata”, na versão online da Folha de São Paulo. A seguir:

 

“Reforma política virou palavrão

 

É saudável uma dose de ceticismo em relação ao mais recente desejo do Congresso de retomar o tema da reforma política. Afinal, em outros momentos difíceis para os políticos, essa surrada bandeira foi levantada como forma de tentar mudar de assunto e tirar o foco de escândalos.

 

Ora, não é ilegítimo quem está com a barra suja tentar limpá-la. Ainda que seja uma reação, uma tentativa de instituir uma “agenda positiva”, não há mal nisso. Basta não tratar o assunto com ingenuidade. Tampouco com desprezo. Parece que reforma política virou palavrão. É um erro subestimar a sua importância e a chance de votar ainda neste ano alguns pedaços dessa reforma. Há três pontos principais na crista da onda: financiamento das campanhas, lista fechada de candidatos elaborada pelos partidos e uma janela um ano ou seis meses antes das eleições para permitir troca de partido.

 

Certa demofobia atribui ao grosso do eleitorado uma recusa de antemão a esses pontos, como se fossem absurdos. São polêmicos, mas nada absurdos.

Dizer que motorista de táxi acha que financiamento público significa dar dinheiro para políticos ladrões é um argumento primário para dinamitar a discussão. É tratar o povo como estúpido. Muita gente no debate público brasileiro acha mesmo o povo idiota. Há aqueles que se surpreendem com a ousadia de a maioria da população achar que Lula faz um bom governo porque, vejam só!, Lula faz um bom governo. Para esse pessoal, o povo é idiota ao conferir ao presidente da República a popularidade que tem. Deve ser algum vodu lulista e não a percepção de melhoria de vida.

 

Carimbar a possibilidade de voto em lista como ditadura partidária parece o velho jogo de desqualificar a discussão para evitar descer aos detalhes. Dizer que os políticos querem uma janela de infidelidade porque são vagabundos que adoram trocar de partido por interesses escusos também é uma maneira de desqualificar o debate…”

 

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, também outros textos do jornalista Kennedy Alencar, na seção “Pensata” da versão online da Folha de São Paulo.

 

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