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A lição do tijolo – por Vitor Hugo do Amaral Ferreira

Um casal que se ama, mas está em crise financeira, recebe uma proposta indecente de um milionário excêntrico: se a bela esposa aceitar ir para a cama com ele por uma noite, os dois ganharão US$ 1 milhão. As necessidades financeiras acabam se conflitando, então, com a insegurança de ambos no futuro do casamento se a proposta for aceita.

O parágrafo anterior descreve a sinopse do filme “Proposta Indecente”, que trouxe à tona entre o drama e o romance a temática da moralidade. Com estréia em 1993, não são as cenas da bela Demi Moore que pretendo comentar nestas linhas. A cena em comento passa despercebida para maioria, ainda que tenha em si uma excelente e apropriada mensagem.

Eis então que no filme, após os atropelos vividos pelos personagens (deixo a curiosidade aos mais novos que queriam vê-lo, e a vontade de rever aos que já tenham assistido), David (Woody Harrelson) esposo de Diana (Demi Moore), está em seu novo emprego, ministrando aula de arquitetura.

Em certa altura ele mostra um tijolo e pergunta aos estudantes: vocês podem me dizer o que estão vendo? 

Um deles responde: um tijolo.

E o que mais? Replica o personagem do professor.

Uma arma, responde outro estudante que consegue risadas do restante da turma.

Nesse momento David diz algo mais ou menos assim:

Sim, isto é um tijolo, mas o que vocês não sabem é que até os tijolos querem ser alguma coisa, querem crescer e se tornar algo.

Pois bem, das falas da ficção creio que estamos na eterna tentativa de deixarmos de ser um tijolo apenas, e poder nos transformar em algo. Construções concretas, sólidas, arranha-céu, talvez a pretensão do tijolo seja tão somente a de ser útil.

Se ainda resta uma outra lição: nenhum tijolo se ergue sozinho, nem uma parede que tenha a ideia de se transformar será erguida com um tijolo só. Pense nisso!  

Vitor Hugo do Amaral Ferreira

[email protected]

@vitorhugoaf

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Um Comentário

  1. essa coisa do tijolo é uma referencia ao arquiteto Louis Kahn e sua fabula do tijolo
    "Para expressar-se é necessário movimento, e quando você quer dar algum valor ao seu movimento, você deve consultar a natureza.

    E é desta consulta que o projeto nasce.

    Se você pensa no tijolo, por exemplo. Você diz para o tijolo "O que você quer ser, tijolo?" E o tijolo responde "Eu gostaria de ser um arco."

    E você diz para o tijolo "Veja, arcos são caros e seria mais fácil eu usar concreto armado, o que você pensa disso, tijolo?" E o tijolo simplesmente responde, "Eu ainda gostaria de ser um arco".

    E quem sou eu para contrariar a natureza?"

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