Economia Solidária

EM PRIMEIRA MÃO. Projeto Esperança/Cooesperança discute criação de um Mercado Público

POR MAIQUEL ROSAURO (texto e fotos)

Mercado Público foi discutido pela primeira vez no sábado passado, no Centro de Economia Solidária

Transformar o Centro de Economia Solidária Dom Ivo Lorsheiter em um Mercado Público em parceria com a iniciativa privada. Estariam os grupos que formam o Projeto Esperança/Cooesperança dispostos a aceitar a proposta? Este dilema será debatido até o final de abril.

A ideia foi apresentada pelos empresários santa-marienses Dioni Lovato e Adriana Arruda na manhã do último sábado, no próprio Centro de Economia, durante a 6ª reunião do Grupo de Trabalhado de Economia Solidária, da Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (ADESM). Inclusive foi exposto um anteprojeto arquitetônico que inclui restaurantes, petiscarias, cafeteria, espaço de conveniência, banheiros e depósito de materiais.

Dezenas de pequenos produtores que participam das feiras de Economia Solidária estiveram presentes na reunião. A proposta dividiu o público. Alguns visualizaram uma oportunidade para incrementar suas vendas, mas outros estranharam a presença da iniciativa privada.

O projeto prevê um modelo de desenvolvimento local integrado e sustentável através de uma parceria entre Projeto Esperança/Cooesperança, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e iniciativa privada. Esta última ficaria responsável pelo investimento, gestão do empreendimento e pela promoção de cursos de qualificação em parceria com a UFSM.

Ao contrário das feiras que ocorrem em datas específicas e do tradicional feirão que já ocorre no local nas manhãs de sábado, o Mercado Público abriria de domingo a domingo. O horário de atendimento proposto em um primeiro momento seria das 7h à meia-noite.

Questão ideológica é um entrave

Irmã Lourdes Dill, Dioni Lovato e Adriana Arruda. Até o final de abril haverá uma definição sobre a proposta

Embora a proposta tenha agradado muitos participantes será preciso resolver primeiro a questão ideológica. O que será comercializado no Mercado Público? Cigarros e Coca-Cola estão fora de cogitação, uma vez que o Projeto Esperança/Cooesperança não trabalha com produtos de multinacionais. Logo, o Mercado Público santa-mariense nestes moldes teria que ter importantes adequações.

Ao longo de sua história, muitos dos recursos obtidos pelo Projeto Esperança/Cooesperança foram adquiridos através de repasses dos governos Federal, Estadual e Municipal. Um investimento privado seria um marco na Arquidiocese. Este é o segundo ponto que será tratado nas próximas reuniões. Como conciliar o interesse privado com a Economia Solidária?

Questões de infraestrutura, como estacionamentos, formato dos restaurantes, quantidade de público diário e restrições de alguns produtos também foram levantados na discussão.

O presidente da ADESM, Vilson Serro, afirmou que a iniciativa é positiva para a economia e para o turismo de Santa Maria e região. “Mesmo se a proposta não vingar dentro do Projeto Esperança e vá para outro lugar da cidade, eu acredito que seja fundamental haver um espaço para a Economia Solidária dentro do Mercado Público”, salientou.

De acordo com a coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança, irmã Lourdes Dill, a proposta agora será debatida em diversas reuniões até o dia 25 de abril, quando ocorrerá uma grande assembleia dos integrantes do Projeto ligado à Arquidiocese. Nesta data, ela prometeu uma resposta sobre levar adiante ou não a ideia do Mercado Público.

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