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DOIS PESOS E… A mesma ex-revista Veja que condenou Boechat agora protege seu jornalista. E a si mesma, na verdade

Poucos duvidam da qualidade do jornalista Ricardo Boechat – hoje atuando na TV Bandeirantes, e que já foi um dos grandes nomes das Organizações Globo, atuando no jornal e na TV dos grandões da mídia nacional. Pois ele foi simplesmente defenestrado, depois de uma reportagem da ex-revista Veja, ao ser publicado um grampo telefônico em que ele aparecia conversando com um empresário do ramos de telefonia. Curiosamente, não era nenhum ato criminoso. Mas, os paladinos da ética crucificaram Boechat, salvo apenas por sua inatacável competência profissional e história idem.

Agora, bem, agora, quem está na crista da onda, por contatos com um criminoso notório, é um diretor da própria Veja. Vai daí que… Bem, eis um tema que merece a devida reflexão. E ela tem sido feita. Claro que não pela mídia tradicional. Nem por Boechat, que deve estar rindo a toa.

Ah, a propósito, é importante ler reportagem publicada no principal sítio especializado em mídia no País. No caso, o Observatório da Imprensa. Trata-se de texto originalmente publicado no sítio Brasil 247. O autor é o jornalista Claudio Julio Tognolli. Creia, vale a pena ler, meeeesmo, pois traz inclusive os fatos relativos a Boechat, no passado recente. A seguir:

 “MÍDIA, DEMÓSTENES E CACHOEIRA – Personagens, pesos e medidas

Um dos mais brilhantes jornalistas que o Brasil produziu, Ricardo Boechat sabe disso melhor do que ninguém: santo de casa não faz milagre. Mas a casa pode mudar as regras do jogo, aos 47’ do segundo tempo. E fazer milagre pelo seu santo. Traduzindo: a revista Veja há 11 anos fulminou Boechat. Gerou sua demissão do jornal O Globo e da TV Globo. Tudo porque ele aparecia em um grampo. Agora Veja adota sentido contrário com seu redator-chefe, Policarpo Junior. A casa quer salvar São Policarpo ao divulgar grampos em que Carlinhos Cachoeira absolve o jornalista como um ser inexpugnável.

Uai: que seja inexpugnável. O que causa estranheza é simples: a revista perdeu o ethos fulminante, com o qual fuzilava “bandidos” de ocasião, tornando os seus clássicos vieux combatants (os mesmos “bandidos”) ora aliados adventícios: para justificarem a petição moral de princípios da publicação. Ou por outra: a revista Veja teve de usar, nesse final de semana, das frases de Carlinhos Cachoeira para defender São Policarpo. “O Policarpo você conhece muito bem. (…) Ele não faz favor para ninguém e muito menos para você”, disse o contraventor, hoje preso, para seu auxiliar e ex-araponga Jairo Martins, também encarcerado pela Operação Monte Carlo. “Nós temos de ter jornalista na mão, ô Jairo. Nós temos que ter jornalista. O Policarpo nunca vai ser nosso…”, relatou Veja neste fim de semana.

Bem de vida

Só para você lembrar: em 2005, Cachoeira foi responsável pela entrega a Policarpo da fita que deu origem ao chamado escândalo do Mensalão, na qual o então diretor dos Correios, Maurício Marinho, recebe um pacote de R$ 3 mil. Essa fita, cujas imagens e diálogos foram veiculados por Veja em primeira mão, foi gravada por auxiliares do próprio Cachoeira.

Reconhecido, ao lado do norte-americano Bill Kovach, como um dos pais mundiais da crítica de mídia moderna, Alberto Dines há mais de quinze anos já alertava para o surgimento do “jornalismo fiteiro”. Trata-se do conjunto de jornalistas que se comprazem em pegar escutas feitas pela Polícia Federal, legalmente, ou por arapongas, ilegalmente, e publicá-las na íntegra. O jornalismo investigativo, que deveria usar os documentos oficiais como ponto de partida, passou a usá-los como ponto de chegada…”

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