Por que alguns têm vergonha de lucrar? – por Ricardo Jobim
Observando um amigo esses dias me dei conta duma coisa. A reprovação social que ocorre no Brasil para quem colhe os frutos de seu esforço.
Existe um jogo de prepotência que prega que o bonito é ser esforçado, passar dificuldades, matar um Leão por dia…
Se atingires o sucesso, tens que tomar mais cuidado, porque a “flauta” vira outra: “Aquele ali tá com o burro amarrado, tá na vida mansa..” dentre outras cornetas, trazendo um caráter pejorativo contra aquele que se esforçou no plantio e acabou colhendo alguma coisa.
A partir daí, lembrei que essas gozações trazem de modo implícito um conceito de que não se é permitido vencer. Em vez de se tornar exemplo, é alvejado. Já vi pessoas esclarecidas fazendo piadas, um dizendo para o outro: “não, é tu que ganha um horror de salário, eu não chego a teus pés…” Enquanto o outro se defende: “eu não, é tu que tá na boa”…
Noto que as pessoas hoje acusam as outras de ganhar dinheiro. Crime horrendo, condenável, ora essa, como você tem essa pretensão? Tinha que estar ferrado, matando cachorro a grito, porque daí serias merecedor de respeito.
Vencer? É feio. Se enriquecerdes, te prepara porque aí vêm eles… Os apaixonados pela derrota. Os que vão buscar nos outros justificativas para provar que tu não merecias isso. Os que vão fazer de tudo para convencer as pessoas que é impossível se dar bem sem fazer falcatruas…
Afinal, é mais fácil fazer isso do que elogiar… Já pensou? Reconhecer o esforço, dizer que merece o sucesso, aplaudir, celebrar o exemplo?
Muitos no Brasil têm olhos invejosos para o sucesso e olhos gloriosos para a miséria… Logo, não cometa o erro de muitos… Seja medíocre o resto de sua vida, porque daí esse povo derrotista fica satisfeito. Vão dizer: “olha como o fulano se esforça, dá o sangue para se manter…” E você terá paz…
Vão aplaudir… Bradarão em seu favor. E depois vão escolher outro assunto, ou coisas ou pessoas. Por que idéias é tema restrito para aqueles que são grandes…
Já nem sei o que é pior.. Se é o cara que ostenta não tendo nada ou se é o cara que, por ser fracassado, busca tirar o mérito de quem baixou a cabeça e trabalhou em vez de ficar olhando os outros…
Essa é uma mera questão de evolução. Qual é a sua visão sobre o assunto? Essa é a minha. E não tenho a pretensão de que concordem comigo.
falei estes dias com um amigo que presta serviços terceiros para AESSUL; o carinha, um baita trabalhador de sol a sol, reclamando de seu filho que não queria seguir seu ritmo, ou seja, suar muito a camiseta; pois é, tem gente que prefere não acreditar na cidade e nunca muda, ao ponto de assistirmos muitas empresas que iniciaram aqui, já fecharam as portas, dando lugar a outras maiores, que acreditaram em seu potencial e sentaram pelo por aqui.
As fortunas e luxos acumulados pelo TRABALHO e DEDICAÇÃO são reconhecidos. Todos sabem quem se esforçou, até a filha dondoca de pais trabalhadores se aceita, porem o que muitos rejeitam é o cara que vive “ao dia”. Aparenta o que NÃO tem, que tem muitos carnês e que um dia vem pedir emprestado, depois de viver nababescamente…
Parabéns Jobim.
Um tapa na cara dos invejosos.
Percebe-se nos tempos recentes do país (e com graaande incidência em Santa Maria) um aprofundamento da crítica aos bem-sucedidos.
Quando mudei para Santa Maria, a cerca de duas décadas, percebi a pequena quantidade de carros importados, muito diferente da cidade de onde vim, onde as pessoas bem-sucedidas realizavam o sonho de ter sua Mercedes, sua BMW ou mesmo seu Monza completão.
Aqui conheci gente que já possuía patrimônio… casa, imóveis de aluguel, propriedades rurais, dinheiro aplicado, renda certa e permanente mas andava em carro sem ar condicionado, não “se dava ao luxo” de proporcionar conforto (e – por que não – status) a si próprio.
Era “feio”… e as pessoas comentariam que “fulano quer aparecer”.
De onde vim, quando as pessoas enxergam alguém bem-sucedido, elas pensam:
“- Vou trabalhar e um dia ainda vou ser assim.”
Em Santa Maria, o desejo íntimo de muitos é que o bem-sucedido se dê mal.
Pena que a matilha dos invejosos não é dada ao trabalho produtivo e inteligente, preferindo o colchão macio ou as mesas de boteco.
Poderiam contribuir para o desenvolvimento de sua cidade, seu Estado, seu país… ao invés de sobrevoar o sucesso alheio como aves de mau agouro.
Qualquer análise do tema proposto pelo Ricardo Jobim que não levar em consideração o Cristianismo, corre o risco de não chegar a lugar algum.
Aqui em Santa Catarina tal processo (porque é um processo) chamamos de “mané caranguejo”. O bicho quer escapar do balaio mas os outros o puxam para baixo…
Acredito que o grande problema hoje é saber separar o que é sucesso advindo de trabalho, como referistes, ou fortuna oriunda de maracutaia. Por isso a maioria fica “cabrera” quando alguém cria fortuna de uma hora para a outra.
Agora tens razão precisamos valorizar as pessoas que vencem e tem a “vida mansa” com trabalho honesto. Devem servir de exemplo e não serem invejados.
É bem assim. O cara tem que andar de carro velho,ter mulher feia,morar em barraco e,se possível,usufruir do bolsa-família.Aí ninguém fala. Admiram a miséria alheia. Do contrário,em vez de buscar nivelamento por cima,de se esforçar para progredir,torcem pela queda de quem está bem. Ô povinho!!!
Amigo, o sucesso fere os derrotados pela vida! Estes não conseguem lidar com o sucesso dos demais e, sequer com o próprio, se ele vem um dia. Note os deslumbrados, quando ascendem econômica e socialmente,trazendo as máscaras. O jeito é você botar uma figa de arruda e outra de guiné no seu patrimônio, não se deixar levar pelas críticas à sua vitória e tocar sua vida de vencedor, mas sempre cuidando para que o vírus da inveja não o contamine também. Parabéns pelo belo artigo.