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Educação. Esporte e competição, duas visões bem diferentes expostas em debate na Sedufsm (2)

A pedido da assessoria de imprensa da Seção sindical dos Docentes da UFSM, repito a nota acerca do evento Cultura na Sedufsm, acontecido na noite de segunda-feira e noticiado nesta madrugada por este sítio. Apenas para evitar confusão com o nome de um livro. A seguir, o texto, já com a correção:

 

“Visões contrapõem esporte,

competição e solidariedade

 

O Cultura na SEDUFSM desta segunda, 14, que teve como tema “Esporte e competição: a educação em jogo”, proporcionou um debate empolgante sobre duas visões contrapostas em relação ao tema. De um lado, o professor da secretaria Estadual de Educação, coordenador desde 2003 dos Jogos Escolares do Rio Grande do Sul (JERGS), Carlos Pinheiro, e, de outro, o professor do curso de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Manoel Luis Martins da Cruz.

 

Na exposição de Pinheiro, a defesa de que “não podemos deixar de lado a competição”, que, segundo ele, começa antes do mesmo nascimento, quando somente um espermatozóide vence a disputa pela fecundação do óvulo. Para o docente, que já foi também atleta e preparador físico, a educação física escolar é influenciada pelo esporte de alto rendimento, incorporando facilmente a competição. Carlos Pinheiro argumentou ainda que “jogos competitivos também têm papel educacional”. Em resumo, o diretor da secretaria estadual de Educação entende que o “ambiente competitivo” existe em todos os setores, e, que, portanto, no esporte não seria diferente.

 

Manoel Luiz Martins da Cruz, o Maneca, que é um pesquisador de políticas públicas de lazer, ressaltou que é preciso pensar a Educação Física não como sinônimo de esporte. “O esporte e a competição não são fenômenos naturais. O esporte é uma invenção humana. Antes da década de 1950 nós não tínhamos esse modelo de esporte que temos hoje na escola”. Para o professor da Federal de Rio Grande, os jogos escolares iniciaram na década de 1970, coincidentemente no período em que havia se instalado no Brasil o regime militar. “Há vários modelos esportivos nos diferentes países e culturas e não são todos que primam pelo aspecto competitivo”. Num mundo tão carente, diz Maneca, a “solidariedade” é fundamental. “É necessário transformar a cultura esportiva”, frisou.

 

CRÍTICA– Para o professor Manoel da Cruz, o papel da Educação Física é fazer a crítica rigorosa do que é apresentado. “Devemos ter esporte na Educação Física, mas não só esporte. Muitas vezes o esporte acaba servindo para o conformismo”, destacou Maneca, que também é diretor da Regional RS do ANDES-SN. A polêmica em torno das visões sobre esporte e competição teve continuidade com a participação do público. Cerca de 40 pessoas prestigiaram a 29ª edição do Cultura na SEDUFSM, entre estes, professores de escolas estaduais, estudantes e professores de Educação Física da UFSM. Também esteve presente o secretário de Educação de Santa Maria, Carlos Pires.

 

Da platéia foram enviados questionamentos sobre a “neutralidade” da Educação Física, assim como da própria Ciência. Para Manoel da Cruz, não existe neutralidade, pois aspectos ideológicos permeiam a sociedade. Citou obras como “O senhor dos anéis”, desmistificando o “negócio” que está por trás das Olimpíadas, assim como a obra de Eduardo Galeano, intitulada “O futebol ao sol e à sombra”.

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, outras informações oriundas da assessoria de imprensa da Sedufsm.

 

 

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