R$ 850 MILHÕES. O custo (mínimo) da propaganda eleitoral que, dizem, seria gratuita. Hehehehehehehe!
O editor tem escrito isso, aqui, desde que o sítio existe – há já mais de sete anos. Não exista nada de gratuita a propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Aliás, é até bem carinha e beneficia, sobretudo, os grandes veículos, os que mais faturam. Mas ninguém perde. Ninguém. A sociedade paga tudo.
Como isso acontece? Bem, vale a pena conferir o artigo publicado originalmente na revista Época, e reproduzido no sítio especializado Espaço Vital. Seu autor é Eugênio Bucci, jornalista e professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP). Confira:
“Vem aí o horário eleitoral (que não é nada gratuito)
Em agosto, quando as eleições municipais esquentarem um pouco mais, entrará no ar o famoso horário eleitoral “gratuito”. Que não é gratuito coisa nenhuma. Muita gente paga por ele, a começar de nós mesmos: eu, você e os demais cidadãos. Isso mesmo. Você paga – e não paga pouco.
Funciona assim: primeiro, as emissoras exibem a propaganda política – os programas partidários ou o horário eleitoral – e, depois, na hora de pagar o Imposto de Renda recebem uma compensação fiscal em troca dos minutos que cederam aos partidos políticos. Ou seja: o Fisco deixa de arrecadar tributos. O Estado paga a encomenda. Indiretamente, é a sociedade quem paga a conta.
E de quanto é a dolorosa? Tomemos como base o ano de 2010, quando tivemos eleições presidenciais. Naquele ano, a compensação fiscal dada às emissoras pela transmissão da propaganda eleitoral impôs aos cofres públicos um corte de R$ 850 milhões. Foi a própria Receita Federal que fez a estimativa, conforme noticiou oficialmente a Agência Câmara, logo em 17 de agosto de 2010.
É curioso. Falam em aprovar no Brasil o financiamento público das campanhas políticas. Mas, quando olhamos para esses R$ 850 milhões, não há outra conclusão possível: uma parte – parte expressiva, muito expressiva – do financiamento das campanhas eleitorais já é pública. E cara…”
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