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COMPORTAMENTO. Obesidade infantil e a influência dos produtos industrializados já causam preocupação

Para a nutricionista Bianca Passamani, melhor caminho para a alimentação equilibrada é a redução em vez da proibição de industrializados

Por PAOLA SALDANHA (texto e foto), Especial para o Site

“Fase de crescimento”. Você, provavelmente, já deve ter ouvido essa frase como justificativa aos hábitos alimentares de alguma criança ou adolescente. A sentença de fato está correta, pois a infância e a juventude são etapas da vida em que há maior necessidade nutricional. Entretanto, os tipos de alimentos, bem como a frequência de consumo, chamam a atenção e preocupam pais e organizações.

Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 7,3% de crianças com menos de cinco anos estão acima do peso, o que significa um número de 41 milhões. Estes resultados estão relacionados, segundo a pesquisa, as mudanças de comportamento e rotina das famílias e o aumento no consumo de produtos industrializados.

Bianca Passamani, especialista em Nutrição Clínica, alerta que, em curto prazo, a obesidade se apresenta como a principal consequência, mas ao longo do desenvolvimento dessas pessoas problemas sérios de saúde podem ser detectados decorrentes de uma alimentação baseada nestes produtos. “Então é preciso dar uma atenção especial na dieta com uma gama muito grande de nutrientes, pois é, justamente, uma fase de muito apego deles aos alimentos industrializados, fast food, que vão ter essa deficiência de teor nutricional”, explica.

Na casa da família Cassenote de Camargo a palavra é equilíbrio. Os pais, Nelson Marafiga de Camargo, 45 anos, e Vanderleia Venturini Cassenote, 41, buscam variar nas refeições, pra torná-las mais atrativas e permitem que os três filhos consumam alimentos industrializados de maneira moderada. “Refrigerante aqui, por exemplo, é quando fizemos um lanche, final de semana ou quando saímos”, relata Nelson.

Contudo, os pais salientam que foi na fase da adolescência que o contato dos filhos com alimentos não naturais aumentou e que houve mais resistência nas refeições mais saudáveis. As gêmeas Amanda e Kauane Cassenote de Camargo, de 13 anos, contam que na escola a cantina oferece, em sua maioria, lanches fritos e de origem artificial. “Não há controle da cantina na compra e consumo”, afirma Kauane.

A nutricionista Bianca Passamani frisa que nas escolas as interferências dos colegas passam a influenciar na alimentação dos demais e são locais onde as crianças e os adolescentes têm mais autonomia na escolha de compra. “Hoje em dia, a gente vê muito essa política da alimentação saudável na merenda escolar. São apenas promoções, por enquanto, não há uma obrigatoriedade, mas é uma mudança de consciência”, aponta.

Uma pesquisa realizada entre o Center for Behavioral Research (CBR) da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV EBAPE) e Nutrebem, revelou que dois terços dos produtos consumidos nas cantinas escolares analisadas é de baixo valor nutricional e que a oferta e compra de frutas, sucos e outros alimentos naturais não chegam a 10%. O estudo intitulado “Hábitos Alimentares de Crianças e Adolescentes em Cantinas de Escolas Privadas no Brasil em 2016” realizou a apuração em lancherias de 97 escolas, localizadas em 25 cidades de sete estados do Brasil.

De acordo com Bianca, a promoção de bons hábitos alimentares de crianças e adolescentes começa em casa e com o exemplo dos responsáveis. Somado a isso, o controle quanto ao consumo de industrializados deve ser feito de forma cuidadosa. “Não deve haver o corte de um determinado produto, pois iria, somente, causar um aumento pelo desejo. O que deve ser feito é dar ênfase ao que é bom e o não ser desvalorizado o que é ruim”, esclarece a nutricionista.

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Um Comentário

  1. Mantendo a tradição de apresentar números inflados. São 41 milhões mundialmente, ano 2016. Se pegarmos os números da ONU vamos ver que 3,1 milhões de crianças morrem de fome anualmente e que 66 milhões vão para a aula com fome, 23 milhões só na África.

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