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ARTIGO. Por que é preciso, sim, uma política de cotas. E olha que quem diz isso é alguém pra lá de insuspeito

Está à espera da sanção presidencial o projeto, já aprovado no Congresso, e que estabelece as quotas de proteção, nas universidades e institutos federais, à minoria negra e também aos oriundos de escolas públicas. No caso específico de Santa Maria, a UFSM tem, já, a sua “ação afirmativa”, que precisará de adaptação mínima à legislação.

Mas, creia, há um rumor crescente nas redes sociais, contrária à ideia e defendendo o veto de Dilma Rousseff. O que existe por trás disso, não raro, é preconceito – uma das razões, aliás, da necessidade das cotas. Quem escreve sobre isso, com muito mais talento que este editor, é o pra lá de insuspeito Paulo Moreira Leite, articulista do jornal O Globo, e blogueiro no G1, o portal de notícias das Organizações Globo. Este sítio faz suas as palavras dele. Acompanhe:

O preconceito dos bonzinhos

A forma mais hipócrita de combater  toda política pública de acesso dos brasileiros pobres às universidades consiste em dizer que os jovens de origem humilde não irão sentir-se bem em companhia de garotos de famílias abastadas, que puderam chegar lá sem auxílio de medidas do governo.

Por esse motivo, segue o raciocínio, iniciativas como cotas, pró-Uni e outras,  iriam prejudicar até psicologicamente aqueles alunos que pretendem beneficiar, pois estes cidadãos se sentiriam diminuídos e inferiorizados ao lado de colegas cujas famílias frequentam universidades há várias gerações.

Vamos combinar que estamos diante de um recorde em matéria de  empulhação ideológica. É possível discutir as cotas a partir de argumentos políticos, pedagógicos e assim por diante.

Mas o argumento do bonzinho é apenas  arrogância fantasiada de caridade.

Num país onde a desigualdade atingiu o patamar da insania e da patologia, este raciocínio se alimenta de um desvio essencial. Consiste em considerar que um cidadão que não teve acesso a boas escolas desde o berço e encara o lado desagradável da pirâmide social logo depois de abrir os olhos é incapaz de raciocinar sobre sua condição e compreender que enfrenta dificuldades pelas quais não tem a menor responsabilidade como indivíduo mas como herdeiro de uma estrutura social desigual e injusta…”

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5 Comentários

  1. Eu gosto de fazer conta e relembrar o que a nossa história conta; o Brasil foi em 1500; certo; a dona Aurea aboliu a escravatural, creio que em 1888; certo; isto não dá uns quuuuuuase 400 anos de escravidao dos negros que nao pediram para vir ao Brasil; agora vejamos outra gente nao menos importe, os índios; coisa de mais ou menos 6 milhõõõõõões destes verdadeiros brasileiros que já estavam por aqui quando do descobrimento e hoje não tem 600.000 no Brasil; serááááááá que nao devemos nada pra eles; os nossos irmaos negros, quando da “liberdade” ficaram atirados sem direito a nada; nem terra, nem emprego; que horror; vejam hoje as lojas e empresas do centro de nossa SANTA MARIA quantos negros trabalham; por favor.

  2. Para início de conversa, qualificar o Paulo Moreira Leite de insuspeito é no mínimo controversa. Além disto, é um apelo a autoridade torto. E um jornalista, não um especialista em políticas públicas.
    Nas áreas de ciencias sociais e na área de humanas pode até funcionar. Nas exatas, nem tanto. Hillary Clinton, na primeira vez que veio ao Brasil, alertou que somente a política de cotas não é suficiente. E necessário um esquema para que os alunos recebam um apoio para lidar com as deficiencias do ensino nos nível básico e médio. Recuperar o tempo perdido em portugues é mais fácil do que em física e matemática.
    O acesso vai ser com base em média de notas no ensino médio? Abriu a porta para fraudes.
    Existe um compromisso com a melhoria do ensino público? Existe prazo para a política de cotas acabar? Não? Populismo. Corre-se o risco de, no futuro, existir um grande número de profissionais aptos somente no papel.
    (NOTA DO SÍTIO – o termo “insuspeito”, utilizado pelo editor, o foi apenas porque o autor do texto atua numa organização claramente “suspeita”, no sentido de que representa claramente só o interesse das elites. Mas, lamentavelmente, parece que o editor não foi entendido. O problema, portanto, é do editor, jamais do leitor. Quanto à opinião, especificamente, aí cada um tem a sua, e precisa e será, sempre, respeitada neste espaço)

  3. Pra mim cota por raça, nada mais e que um preconceito explicito em forma disfarçada. por favor, gente, isso deveria sim ser discrimidado pelos proprios negros , pardos, esse sistema de cotas, sera q nao enchergam que isso e o mesmo que dizer q vcs sao pouca coisa? ou sera que o discernimento das coisas nao os faz entender isso? lutam tanto contra o preconceito, mas nesse caso aceitam como se fossem criancas de 3 anos de idade? primeiro.., branco, verde, azul, negro , amarelo, tem sim a mesma possibilidade mental de aprender, portanto, cota tem que existir sim, mas pra quem vem de escolas publicas, e nao por cor de pele. e algo que me faz as vezes rir sozinho, pensar que uma maioria luta contra o preconceito mais aceita o preconceito qdo abre uma boquinha em beneficio, de que adianta entao? se auto intitular incapaz de ser igual a um branco qualquer? outro dia falando com um cidadao americano que vive aqui em santa maria e ele olhoou pra mim e disse: como pode haver gente assim ainda? que luta e tambem e facilmente manipulada e humilhada?

  4. Insuspeito? Por que?
    Tem que melhorar o ensino fundamental. Abolir escolas privadas fazendo com que todos TENHAM que estudar em escola pública. Assim nivelando todos desde cedo.
    Não tirando dos bancos das universidades pessoas com desempenho bom em detrimento aos que apenas preencheram a ficha de inscrição.
    sou contra cotas.

  5. Com certeza a implementação de políticas afirmativas contraria interesses dos conservadores e detentores de privilégios.
    Por isso mesmo são necessárias.
    Mais uma para a Presidenta Dilma!

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