O texto (e a foto) de Bruna Homrich, da assessoria de imprensa da Seção Sindical dos Docentes, que NOTICIA o bloqueio do acesso a Palmeira das Missões por grevistas do campus local da UFSM, fecha com o seguinte parágrafo:
“…Demonstrando que o movimento grevista segue forte e que todos os segmentos estão articulados em prol dos objetivos em comum, técnico-administrativos em educação, estudantes e docentes da UFSM BLOQUEARAM o acesso à rótula da universidade na manhã desta quarta-feira”.
Bueno, com todo o respeito, embora possa servir de peça legítima para a mobilização dos sindicalistas, e que trate de dois fatos reais – e que fazem parte da anunciada “radicalização” do movimento paredista – guarda pouca conexão com a realidade. Especialmente quando se percebe, com clareza, para quem não está envolvido emocional e politicamente, que o governo está na fase do “pouco se me dá” em relação à greve docente.
Devaneio do editor? Não. O governo resolveu ignorar o movimento dos professores, a partir do momento em que se acertou (confira, lá embaixo, “link” para a íntegra do acordo) com os contrários ao Andes, sindicato nacional majoritário. Em contrapartida, segue negociando com os técnico-administrativos. E só com eles.
Há risco político para o governo, claro. Mas, parece cada vez mais óbvio, pagou pra ver. E aposta no fim da greve docente em algum momento. Mais: entende (é dedução do editor) que quem terá que se explicar são os sindicalistas vinculados ao PSOL e PSTU, que controlam a categoria, via Andes (com uma porção bem minoritária de petistas em algumas seções).
Se o governo vai ganhar ou não a parada, logo se saberá. Mas é o que está buscando. Ao mesmo tempo, aposta em um acordo com os técnico-administrativos – pelo menos em dois pontos, exceto o índice salarial, já haveria o encaminhamento favorável. Tanto negocia que marcou outra reunião com a representação grevista no final da tarde desta quinta.
Imaginando-se como possível um acordo com os técnicos, que, aliás, ganham bem menos que os docentes e têm, neste momento, prioridade, derrubará a tal afirmação de que os segmentos estão “articulados”. Em Santa Maria. Talvez. Mas…
Ah, a propósito da reunião desta quarta, em Brasília, confira a reportagem de Luciene Cruz, da Agência Brasil. E, lá embaixo, a nota da reitoria da UFSM, a propósito do acordo firmado com parte do professorado, e o link com o documento que o avaliza – inclusive com tabela de valores dos novos salários da categoria, a ser referendados no projeto de Orçamento da União para 2013. Acompanhe:
“Governo federal e técnicos administrativos de universidades não entram em acordo e greve continua
O impasse entre governo federal e técnicos administrativos de universidades federais continua. Após cinco horas de reunião, representantes da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) mantiveram a rejeição à proposta do governo.
Segundo o coordenador-geral do Sinasefe, Gutermberg Almeida, houve avanços em alguns pontos, no entanto, o reajuste de 15,8%, fracionado até 2015, foi mantido pelo governo e o item travou a negociação. “Avançamos em alguns quesitos, mas o governo mantém o aumento de 15% em três anos e isso…”
PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.
“MEC divulga Termo de Acordo com docentes
O Ministério da Educação (MEC) divulga o Termo de Acordo nº 1/2012, resultante das negociações entre o Governo Federal e a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior – PROIFES-FEDERAÇÃO, assinado em 3 de agosto passado.”
PARA CONFERIR A ÍNTEGRA DO ACORDO, CLIQUE AQUI.
E seguem DESRESPEITANDo o cidadão que paga IMPOSTO que paga o salário dos grevistas.
Uma coisa é parar, reclamar, outra é este DESRESPEITO para com as pessoas que querem trabalhar, passear, ir no médico…
Ficou provado que muitos não fazem falta, pois a aulas seguriam sem sua presença.
Alguns passam o dia tomando café e lendo jornal, jogando paciência.
Alguns só estão se mexendo nestes dias.
DESRESPEITO puro. Façam manifestação, ergam as bandeiras, mas no acostamento, para que a gente veja e não sofra.