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Rostinho de princesa – por Bianca Zasso

De tempos em tempos, um rosto se destaca na multidão. Seja no mundo da moda ou do cinema, mulheres charmosas e com um “quê” a mais surgem e nos presenteiam com cenas e closes inesquecíveis.

Um dos mais belos rostos da Sétima Arte é, sem dúvida, Audrey Hepburn. A bela atriz de origem belga começou sua carreira como modelo e caiu graças de Hollywood em 1953, quando levou o Oscar de melhor atriz como protagonista de A princesa e o plebeu, dirigido por William Wyler. Apesar de seu personagem mais lembrado ser a maluquinha Holly Golightly do clássico de Blake Edwards Bonequinha de Luxo, o filme que mais exaltou sua beleza foi Cinderela em Paris.

Com direção de Stanley Donen, conhecido por comandar comédias inteligentes e romances com belas paisagens, o filme mistura moda, livros, música e amor para contar a história da tímida Jo Stockton, uma vendedora de livros apaixonada por filosofia e nada vaidosa. Quando a editora de uma famosa revista se encanta pelo local de trabalho da garota e resolvem utilizá-lo como cenário para um editorial de moda, a confusão começa. Mas, o que era para ser apenas uma bagunça entre livros de arte e chapéus torna-se o início de uma atração entre Jo e o fotógrafo Dick Avery, interpretado com um charme peculiar pelo inesquecível Fred Astaire.

Por trás das roupas largas e do penteado sem graça de Jo, Dick avista um rosto único, que combina com a imagem que a revista quer passar. A tarefa de transformar uma mulher mais interessada em pensar o mundo do que em passar batom será árdua e temperada com um romance digno dos contos de fada.

Cinderela em Paris, apesar de seguir os passos dos musicais mais tradicionais é um marco dentro do gênero por explorar não só a dança como também os figurinos dos atores durante as coreografias. A cena de abertura, toda em tons de rosa, enche os olhos até de quem não é muito chegado na mais feminina das cores.  Os tecidos, sapatos e escovas de cabelo dançam, literalmente, tendo como pano de fundo uma cidade de Paris, que por si só é infestada dos dois ingredientes que fazem de Cinderela em Paris um banquete: moda e cultura.

Entre uma prova de roupa e um desfile, Jo passeia pelos bairros boêmios, onde se lê poesia e se discute o destino do universo. Sem contar que o longa permitiu que Audrey Hepburn mostrasse seus dotes de bailarina, encantando todos na coreografia nonsense que encena em um enfumaçado bar.

O intuito principal de Cinderela em Paris é o entretenimento, do tipo de filme feito para fazer o público sonhar. O romance tem um quê de mágico e a história do patinho feio que vira cisne é mostrada com inteligência. Jo não era uma feia que ficou linda. Ela sempre foi linda, só precisava descobrir isso.

Outro ponto de merece ser lembrado é o respeito com que Fred Astaire é tratado no filme. Em 1957, ano de lançamento do filme, Astaire já não desfrutava do sucesso estrondoso que viveu nos anos 40. Porém, seu personagem não é nada caricato e explora seu lado ator ao máximo. O sedutor Dick Avery não poderia ser vivido por outro nome que não Astaire.

Cinderela em Paris pode não conter as imagens mais marcantes da carreira de Audrey Hepburn nem ser o melhor filme do diretor Stanley Donen. Mas possui um magnetismo digno dos grandes rostos de Hollywood, daqueles que a gente não consegue parar de olhar. Depois de ver o filme, toda vez que os lindos olhos castanhos de Miss Hepburn cruzarem o seu caminho, tente não cantarolar a canção-tema do filme:

“I Love your funny face…”

Cinderela em Paris (Funny Face)

Ano: 1957

Direção: Stanley Donen

Disponível em DVD

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