Não fossem os votos do campus (Cesnors) de Frederico Westphalen e a greve na UFSM teria terminado imediatamente. É o que decidiria a assembleia geral da tarde passada, em Camobi. Mas seria por escassa margem, o que mostra uma clara divisão da categoria quanto ao futuro do movimento paredista.
Sem os votos do Cesnors seriam 144 favoráveis à volta imediata às atividades docentes, contra 129 contrários. Com eles (só três favoráveis e só 36 contrários), o resultado de manteve apertado, mas suficiente e democrático: 165 contra 147. E a paralisação continua, pelo menos até o dia 17. Antes, outra assembleia – já com os resultados de outros encontros semelhantes no restante do País, em entidades controladas pelo Andes/Sindicato Nacional.
Mas, como foi a assembleia santa-mariense, que também debateu o projeto de lei enviado pelo governo ao Congresso – no qual constam os reajustes acordados com o outro (e minoritário) sindicato da categoria? Confira no texto (e foto) de Fritz R. Nunes, da Seção Sindical dos Docentes da UFSM. A seguir:
“Assembleia indica fim de greve para 17 de setembro…
… Com uma participação expressiva em que somente no campus da UFSM assinaram o livro de atas 350 pessoas, a assembleia dos docentes na tarde desta terça, que durou mais de três horas, indicou para o Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-SN a saída unificada do movimento paredista para o dia 17 de setembro, com reavaliação na próxima semana. Até lá já se terá o resultado das assembleias de todo o país que, conforme orientação nacional, devem ocorrer até quinta, 6.
A proposta de indicar o fim do movimento para o dia 17 foi capitaneada pelo professor Adriano Figueiró, do Comando Local de Greve, e recebeu 165 votos, sendo que estão computados aí os 36 votos de professores do Cesnors, em Frederico Westphalen. Já a proposta de encerramento imediato da greve, apresentada pelo professor do departamento de Solos, Ricardo Dalmolin, recebeu 147 votos, já computados os 3 votos pelo encerramento da greve colhidos no Cesnors. No campus de Santa Maria houve sete abstenções e no Cesnors uma única abstenção. No total foram 350 professores na assembleia de Santa Maria e mais 40 em Frederico Westphalen.
Houve questionamentos em relação à soma dos votos da assembleia que havia ocorrido em Frederico Westphalen, no entanto, a mesa que coordenava os trabalhos, composta pelo presidente da SEDUFSM, Rondon de Castro e que tinha o apoio dos professores Jeronimo Tybusch, Julio Quevedo e Getulio Lemos, esclareceu que pouco tempo após o início da greve foi aprovada a realização de assembleia descentralizada na unidade do Cesnors. No encontro de quinta, 30, a situação foi semelhante e, naquela plenária, haviam comparecido 15 professores ao Cesnors e os votos deles foram contabilizados assim como em situações anteriores. A assembleia que definiu pela descentralização aconteceu no dia 20 de julho, conforme registro no site do sindicato: http://www.sedufsm.org.br/index.php?secao=noticias&id=1244.
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O Sedufsm apostou suas fichas em uma “saída unificada” da greve por parte de todas as federais no dia 17. O objetivo disso seria, obviamente, angariar dividendos políticos para o Andes, já que dividendos profissionais o Andes pouco conseguiu (depois de 101 dias de greve, não conseguiu um acordo com o governo). Mas a tal “saída unificada”, prova de um movimento “forte e coeso”, não tem mais como acontecer. Em vez disso, está havendo uma debandada geral. Esta semana saíram da greve UFMG, UFPE, UFFS, UFBA, UFRB, IFSC, IFAL e IFBA. Na sexta-passada, saiu de greve a maior de todas as federais: UFRJ. E já haviam saído UFRGS, UNIFESP, UnB, UFSCar e UFC. Fica difícil dizer agora o que o Sedufsm quer com a manutenção desta greve, além de atormentar a maioria absoluta dos professores da UFSM, que é flagrantemente contra a greve.