Por Milene Eichelberger (texto e foto) / Da Agência de Notícias da UFSM
Martha Adaime, vice-reitora da UFSM, esteve na região de Cantão, na China, para participar de eventos em seis universidades locais e firmar parcerias entre instituições chinesas e a UFSM. A viagem teve início no dia 7 de novembro e se estendeu até o dia 20, quando a comitiva, composta pela vice-reitora e pela tradutora e intérprete da Secretaria de Apoio Internacional, Daniela do Canto, desembarcou em Santa Maria. Ao todo, dois convênios de cooperação entre universidades foram assinados e novas parcerias foram propostas.
Os dias de viagem foram repletos de compromissos. No dia 10, a visita foi à South China University of Technology (SCUT), onde foi assinado um Memorando de Entendimento (MOU) entre aquela universidade e a UFSM. No dia seguinte, a vice-reitora palestrou no Fórum Internacional sobre Governança Global, com o tema: “O papel da UFSM na Governança Econômica Global”.
Martha destaca que a UFSM foi a única universidade brasileira presente no evento e que a Instituição tem destaque no cenário internacional: “eu falei sobre como a posição estratégica do Brasil na América Latina pode ser importante para a China. Somos um veículo de ligação com o Uruguai, com o Paraguai e com a Argentina. Podemos desenvolver atividades nesse ponto”, conta.
A vice-reitora também destaca outros assuntos debatidos no Fórum e que emergiram durante as visitas às instituições chinesas: “eles têm muito interesse em fazer parcerias na área tecnológica e também na área de saúde mas, em especial, a ciência dos alimentos, isso porque somos um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo”, conta Martha.
A professora ainda destacou o cuidado com temáticas relacionadas ao meio ambiente: “há uma preocupação com o uso de pesticidas, a qualidade do alimento e a segurança alimentar. Há uma busca por parcerias nesse sentido”, relata.
No domingo, dia 12, Martha participou de um evento comemorativo em alusão aos 65 anos da Guangdong University of Technology, onde assinou outro MOU, firmando a parceria entre as universidades. No dia 13, a visita foi à Jinan University, onde a comitiva brasileira foi recebida por membros da instituição. A expectativa é que no próximo ano uma comitiva da Jinan University venha até Santa Maria para que seja assinado um memorando para cooperação entre as instituições.
Já no dia 15, a visita foi à South China Agricultural University, já parceira da UFSM. Nessa visita, o foco do diálogo esteve nas pesquisas que a universidade realiza, além das cooperações que já estão sendo realizadas entre a instituição e a UFSM.
A vice-reitora também relatou como se desenvolvem as parcerias após as assinaturas dos Memorandos de Entendimento e quais são os próximos passos após os convênios serem firmados: “o MOU é redigido em três línguas e prevê as parcerias acadêmicas e científicas, que podem ir desde o intercâmbio de estudantes até do próprio corpo docente e técnico. Cada área das universidades que têm interesse na parceria faz a redação de um plano de trabalho, em que constam o que cada universidade irá fazer, as especificidades e, a partir daí, ocorrem as delimitações”, pontua.
No dia 16, a viagem foi à Universidade de Hong Kong. A UFSM ainda não tem convênios com a instituição, mas o diálogo mirou em possibilidades de intercâmbios acadêmicos. No dia 17, ocorreu a visita ao campus internacional da South China University of Technology, cujos diálogos também enfatizaram as possibilidades de intercâmbios. Martha destacou que muitas universidades já utilizam a língua inglesa em todo o campus, mas pontuou que a barreira linguística ainda se torna um entrave para as mobilidades.
Para isso, a UFSM conta com a parceria da professora chinesa Ana Qiao, que irá trazer para a Universidade o Smart Classroom para o aprendizado do mandarim. Com isso, está previsto que duas professoras chinesas venham para a UFSM e que essas atividades voltadas para o aprendizado da língua tenham início já no primeiro semestre de 2024.
Martha comentou também como é possível notar os investimentos do país nas universidades, desde a infraestrutura à pesquisa. Também pontuou as diferenças culturais que lhe chamaram a atenção: “eles tratam tudo com seriedade, a infraestrutura, as pessoas. É uma impressão muito boa, a gente vê que eles cuidam da saúde das pessoas, e isso vai desde a alimentação até as horas que se tem livre”, relata.
Outro ponto mencionado pela vice-reitora foi a forma como a comitiva brasileira foi recebida no exterior, com cerimônias típicas e presentes. Martha enfatiza o cuidado com que tudo foi pensado para receber os brasileiros: “o carinho e o cuidado com que eles nos dão esses presentes é de impressionar. Precisamos cuidar dessas relações, que são benéficas para ambos os países. Imagine a troca cultural de um aluno que vai para alguma dessas universidades, imagine o quanto é proveitoso para um alunos deles que vem para cá”, destaca.
Ainda na visita à China, a vice-reitora destacou que o interesse da UFSM era também atrair parcerias com empresas locais, que poderiam se inserir no parque tecnológico da Universidade e destaca que a instituição precisa avançar nas políticas de internacionalização, para que elas estejam presentes em todos os níveis de ensino.
“Precisamos fomentar ações nesse sentido, como disciplinas ofertadas em inglês. Estamos com grandes parcerias lá fora, crescendo nas rankings internacionais, olhando para problemas globais e pensando como colaborar nesse sentido”, finaliza.
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