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CPI do Detran. Pelegrini e Chico Fraga, depoimentos que não combinam. Quem deles mentiu?

Terminou perto das três da madrugada mais uma reunião da CPI do Detran, na Assembléia Legislativa. Um disse uma coisa, outro outra. E, no caso de Francisco Fraga, o Chico Fraga, secretário de governo de Canoas, sobrou (eu vi e ouvi, ninguém me contou) confronto verbal com os parlamentares. Quase acintoso, para não dizer desrespeitoso, eu diria. O outro depoente foi o ex-presidente da Fatec, Luiz Carlos de Pelegrini.

 

Em todo caso, do ponto de vista do conteúdo, o que se viu foram posições contraditórias em relação a alguns temas propostos pelos deputados. Ao ponto de, penso, obviamente alguém estar mentindo. Quem? Isso não sei. A propósito da reunião, confira o que escreve a repórter Marinella Peruzzo, da Agência de Notícias do parlamento gaúcho, em material distribuído aos veículos de comunicação. A seguir:

“Depoimentos contraditórios marcam reunião da CPI

Em depoimentos à CPI do Detran, na Assembléia Legislativa, das 14h30 de segunda-feira (14) às 2h de terça (15), Luiz Carlos de Pellegrini, ex-presidente da Fundação de Apoio à Tecnologia e à Ciência (Fatec), e Francisco Fraga, secretário de governo da prefeitura de Canoas, apresentaram versões contraditórias sobre a participação de indiciados no suposto esquema investigado pela Operação Rodin, da Polícia Federal. Pellegrini afirma ter encontrado Francisco Fraga numa reunião na Assembléia Legislativa no dia 9 de maio de 2007, e Fraga declara que não esteve nessa reunião.

“Todos os depoimentos à CPI trazem questões importantes e deixam lacunas. E fazem com que a CPI tenha um desafio ainda maior que é o de identificar onde reside a verdade”, declarou o presidente da Comissão, deputado Fabiano Pereira (PT). “Os depoimentos de hoje são contraditórios e os deputados sugerem que se faça uma acareação dos dois”. Essa possibilidade, segundo ele, deverá ser analisada nos próximos dias.

“Há um conjunto de situações que precisam ser verificadas e várias brechas que foram deixadas, como o fato de a mesma equipe ligada ao Detran – as empresas Pensant, Rio del Sur e Newmark, de José Fernandes e Lair Ferst – ter contratos com a prefeitura de Canoas, onde Fraga era secretário geral”, continuou Fabiano. “Nenhum dos depoimentos aqui pode ser encarado como definitivo ou como absoluta verdade ou inverdade. É necessário contrapô-los e também aguardar que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal dêem a sua interpretação dos fatos”.

Para o relator da CPI, deputado Adilson Troca (PSDB), os dois depoimentos foram proveitosos. “O primeiro depoente falou bastante e, quando isso acontece, sempre se tiram algumas conclusões. O depoimento do atual secretário da prefeitura de Canoas é diferente, porque ele não é do Detran, não é sistemista e não é da Fatec. Ele simplesmente é um cidadão que, de repente, num determinado momento, foi citado por dois indiciados e acabou sendo indiciado também. Vimos que ele estava muito bem preparado e ninguém conseguiu tirar nada dele. Ele tem resposta para tudo”. Segundo Troca, se ele conseguir provar ter tido o seu nome usado por outras pessoas e não ter estado na Assembléia no dia 9 de maio, isso “mudará todo o rumo da CPI e veremos que as pessoas que depuseram falaram uma mentira e fizeram uma injúria muito grande não só com ele, mas também com Flávio Vaz Netto, ex-presidente do Detran, que também nega ter estado na Assembléia naquele dia”.

Depoimentos
Primeiro a depor, Luiz Carlos de Pellegrini declarou que a direção da Fatec é uma figura decorativa e que na sua gestão apenas deu prosseguimento a contratos em andamento. Também disse ter participado de encontro na Assembléia Legislativa, no dia 9 de maio, com Francisco Fraga, Silvestre Selhorst e Ferdinando Fernandes e que, na ocasião, Fraga teria intercedido em favor de Lair Ferst. 

Francisco Fraga, que depôs a seguir, negou ter estado na Assembléia naquela data. “Tanto é que não há registro da minha entrada”. Ele atribuiu seu indiciamento na Operação Rodin a fatores políticos. 

Sigilo
O presidente da CPI informou que irá à Receita Federal nesta terça-feira (15), às 11h, e ao Banco Central, na quarta-feira (16), no mesmo horário, para apresentar ofício solicitando a quebra dos sigilos fiscal, bancário e financeiro das 12 empresas sistemistas ligadas à Fatec e a Fundae. São elas: Pensant Consultores; Newmark Tecnologia da Informação Logistica e Marketing; Rio Del Sur Auditoria & Consultoria; Newmark Serviço da Informação e Inteligencia; IGPL – Inteligência em Gestão Pública; Nt Pereira – Processamento de Dados; Carlos Rosa Advogados Associados; Doctus Consultores; Pls Azevedo; Nachtigall Advogados Associados; Fadel Advogados; e Pakt.

Requerimentos
Antes das oitivas, os parlamentares integrantes da CPI aprovaram sete requerimentos. Um deles pede a quebra do sigilo fiscal, bancário e financeiro de 24 envolvidos na Operação Rodin, da Polícia Federal. Outro solicita informações sobre a existência de contas correntes e aplicações financeiras em outros países, especialmente no Uruguai, dos 39 indiciados pela Operação Rodin, da Fundação Educacional e Cultural para o Desenvolvimento e Aperfeiçoamento da Educação (Fundae), da Fundação de Apoio à Tecnologia e à Ciência (Fatec) e de dez empresas relacionadas ao caso: Pensant Consultores; Newmark Tecnologia da Informação Logística e Marketing; Rio Del Sur Auditoria & Consultoria; Newmark Serviço da Informação e Inteligência; IGPL – Inteligência em Gestão Pública; NT Pereira – Processamento de Dados; Doctus Consultores; Carlos Rosa Advogados Associados; Nachtigall Advogados Associados; e Pakt.

Presenças
Participaram da reunião os deputados Fabiano Pereira (PT), presidente da CPI, Adilson Troca (PSDB), relator, Paulo Azeredo (PDT), vice-presidente, Marquinho Lang (DEM), Gerson Burmann (PDT), Sandro Boka (PMDB), Gilberto Capoani (PMDB), Cassiá Carpes (PTB), Stela Farias (PT), Elvino Bohn Gass (PT), Raul Carrion (PCdoB), Carlos Gomes (PPS), Pedro Pereira (PSDB), Frederico Antunes (PP), Marco Peixoto (PP) e Pedro Westphalen (PP).”

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, outras informações oriundas da assessoria de imprensa do Palácio Piratini.

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