Um mundo que não conhecemos – por Daiani Ferrari
Para todos, acredito, às vezes, deve ser difícil ser quem é. No meu caso, tem momentos em que eu não sei quem eu sou, quem serei e como cheguei até aqui. Tem dias em que percebo o quanto eu preciso de alguma coisa que me faça entender tantas coisas. Coisas do passado, coisas de agora, coisas que vão me pedir uma preparação que eu sinto ainda não ter.
Se para nós, os ditos normais, existem dias em que só se quer fugir, sair do corpo e ver tudo de cima, imagina para pessoas com autismo. Eu tenho interesse pelo assunto por ser próxima a uma pessoa que possui o autismo. E digo possui, porque não é o autismo que deveria a definir, embora muitas vezes seja isso que acontece, porque grande parte das pessoas ainda não entende o que é o autismo e simplesmente rotula como “o/a autista”. Esta semana, o programa Encontro com Fátima Bernardes trouxe pais de crianças com autismo, algo que até bem pouco tempo não víamos na televisão.
Aos poucos as pessoas estão tendo mais conhecimento sobre essa condição. Criança com autismo não é uma criança mal educada, muitas vezes, simplesmente, não conseguimos entender o motivo do comportamento arredio e explosivo. Se você não entende também, apenas não julgue. Sem julgamentos já não é fácil, com olhares e cochichos ao lado fica bem mais difícil. Criança com autismo não é burra, ela só talvez não se interesse pelas mesmas coisas que você e não consiga expressar quais são seus interesses.
Pela primeira vez vi algo que me respondeu algumas questões sobre como se sente uma criança com autismo. É um texto sobre a menina Carly Fleischmann que foi diagnosticada quando era pequena, mas que aos 11 anos conseguiu se comunicar com os pais. Para quem sabe como é difícil o desenvolvimento e a comunicação em função do autismo, a história dela é fantástica.
Pedindo licença ao meu editor, reproduzo um trecho do que li sobre a Carly e ofereço os links para quem tiver interesse em saber um pouco mais sobre o autismo e como ele afeta os que possuem o espectro autista. Vale a leitura.
“Eis algumas outras revelações sobre o universo autista feitas por Carly:
– A sensação que a obriga a agitar os braços freneticamente é de formigamento ou do braço pegando fogo;
– Ela às vezes tapa os ouvidos e olhos para bloquear a entrada de informações em seu cérebro. É como se ela não tivesse controle e tivesse que bloquear o exterior para não ficar sobrecarregada;
– Ela diz que é muito difícil olhar para o rosto de uma pessoa. É como se tirasse milhares de fotos ao mesmo tempo, é informação demais para processar.”
Como vocês podem ver, eu não sou uma especialista nem nada no assunto, só considero importante que as pessoas conheçam como funciona o mundo autista para julgarem menos.
Aqui vão os links:
http://www.vocesabia.net/saude/autismo-o-caso-impressionante-de-carly-fleischmann/
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