As lições do Papa Francisco – por Daniel Arruda Coronel
Em março do corrente ano, o mundo foi surpreendido com a escolha do Cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio como Papa, pois era o primeiro não europeu, em mais de mil e duzentos anos, e o primeiro jesuíta a ser eleito Sumo Pontífice da Igreja Católica.
Sua eleição aconteceu num dos momentos mais delicados da Igreja Católica, pois vários prelados estavam envolvidos em escândalos, disputas por poder, uma ostentação de riqueza que vai de encontro aos ensinamentos cristãos, fatores que culminaram com a renúncia do Papa Bento XVI.
Bergoglio, logo após sua eleição, já sinalizou, ao adotar o nome de Francisco, algumas ações que deveriam ser foco de seu pontificado, tais como: uma igreja que vá ao encontro dos mais pobres e necessitados, uma busca constante pelo diálogo e o respeito e, principalmente, a humildade, abdicando do luxo e conforto, algo tão comum na Cúria Romana, mas distante de Cristo, que nasceu numa simples manjedoura e era filho de um carpinteiro.
Na sua vinda ao Brasil, o Papa encantou a todos pela sua simplicidade, vitalidade, humildade e disposição em contribuir para que a igreja esteja cada vez mais presente na vida das pessoas, principalmente na dos jovens e idosos, ou seja, que a igreja tenha cada vez mais um compromisso ético e social com a população, através da busca pela diminuição das desigualdades econômicas e por buscar reintegrar na sociedade as pessoas que estão marginalizadas.
Embora o Papa Francisco esteja no início de seu pontificado e tenha muitos desafios pela frente, tais como moralizar a Cúria, afastando dela os prelados que não tenham o compromisso ético-cristão e fraternal, o que corrobora para várias atitudes inescrupulosas; aumentar a presença da igreja nos países africanos e asiáticos; e fazer com que os católicos tenham cada vez mais o espírito fraternal e cristão de ajuda ao próximo, suas ações e atitudes até o momento já dão um novo ânimo para a Igreja Católica.
Enfim, o ano de 2013, embora marcado por tragédias, oriundas da imprudência e da ganância dos homens, deu ao mundo um pastor e líder, que mostra, nas suas atitudes, o espírito franciscano de amor e de humildade. Seus desafios podem ser sintetizados na oração de São Francisco: Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz; Onde houver ódio, que eu leve o amor; Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; Onde houver discórdia, que eu leve a união; Onde houver dúvida, que eu leve a fé; Onde houver erro, que eu leve a verdade; Onde houver desespero, que eu leve a esperança; Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; Onde houver trevas, que eu leve a luz; Ó Mestre, Fazei que eu procure mais; Consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois, é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna.
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