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SE COLAR, COLOU. Troca de membros de Comissão não evitará que relatório sobre edis vá para o plenário

O diabo é que o Regimento indica que a mudança tende a não surtir efeito. Exceto se…
O diabo é que o Regimento indica que a mudança tende a não surtir efeito. Exceto se…

Vamos, de pronto, combinar: na política não há lugar para ingênuos. Estes, quando e se existirem, são imediatamente expelidos. A inteligência mínima, e até a esperteza, convenhamos, são elementos muito mais próximos do ambiente. E não é ruim, necessariamente. Se colar, colou.

Dito isto, não se pode acreditar que a saída das vereadoras Maria de Lourdes Castro e Sandra Rebelato, da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara tenha sido apenas e tão somente porque não pretendiam causar constrangimentos – afinal, sua conduta é investigada por uma subcomissão de Ética formada pela CCJ.

Esse é um elemento possível, reconheça-se. Mas longe está de ser o único. A ideia é fortalecer o governo na Comissão, diante da possibilidade de o assunto ser discutido no âmbito dela (e, portanto, “morto” ali mesmo, sem ir ao plenário), ninguém duvida, presidiu a decisão dos governistas. Por isso foram SUBSTITUÍDAS, em plena sessão ordinária, ao meio dia desta quinta, por outros vereadores da base: João Kaus e Sérgio Cechin. Nada a condenar. É da política. Simples assim. No entanto…

O editor não faz julgamento de mérito. Apena constata, que fique claro. Mas faz tempo não acredita em Papai Noel, nem na vitória do time do União de Baliza, no campeonato mundial de futebol. Pra quem não sabe, Baliza é um distrito de Gaurama, no norte do Estado, onde este escriba nasceu há um bom punhado de anos.

O editor já ANTECIPOU a informação logo no início da tarde passada. E deu conta do que a mudança significa, objetivamente:  “que o governo terá maioria na Comissão quando o relatório da subcomissão de Ética criada para avaliar a conduta das duas vereadores na CPI da Kiss, for votado. E poderá simplesmente rejeitá-lo (se for negativo, obviamente) e acabar o caso no âmbito da própria Comissão – sem a necessidade do constrangimento do plenário.”

Na mesma nota, porém, já se apontava a controvérsia. Que agora é detalhada. Afinal, uma olhada básica no Regimento Interno do Legislativo dá conta que a, digamos, manobra pode dar com os burros n’água. O artigo 85 (confira na ilustração que abre esta nota) é TAXATIVO. O relatório da Subcomissão de Ética não é analisado pela comissão, mas vai direto para o plenário. Justamente o que os governistas querem evitar. E por quê? Simples: porque irão expor os outros edis da base, que até agora estão quietos, mas serão obrigados a votar contra o relatório a ser aprovado pela maioria oposicionista na Subcomissão.

RESUMO DA ÓPERA: a atitude dos governistas, substituindo edis para permanecer em maioria na Comissão de Constituição e Justiça acabará sendo inócua. A menos, claro, mas aí seria um completo desaforo a que é pouco provável venham a se submeter, que extingam a subcomissão de ética ou proponham a substituição dos atuais integrantes. Sempre para manter a maioria. Mas aí… Bem, aí, a credibilidade que já é baixíssima, se tornaria nula.

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4 Comentários

  1. Uma reunião que seria mais uma apenas, acabou entrando para a história da Casa do Povo, o funcionário parlamentar pode solicitar ao seu Edil ou outro que se interesse pela matéria via requerimento que seja inserida nos Anais da Casa Legislativa.

  2. “gravou de forma escondida???” E as conversações das vereadoras, não eram tambem às escondidas, ou iam à tribuna falar isto e mais aquilo??
    A lista vai aumentar, com certeza, até chegar no mandante MOR, aquele que esta sempre em fuga, em mentiras e usa os vereadores como fantoches.

  3. Alem do TRIO tem que ver a ética de quem GRAVOU.
    Pode ser herói para alguns, mas a pessoa que grava de forma escondida tem que explicar o porque, quem mandou…
    periga e respingue em outros… o gravador, pessoa, pode aumentar a lista! Lembrem disto.

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