DOIS LADOS: “A RBS tem sua compreensão sobre o RS; nós temos a nossa”, diz o governador Tarso Genro
Uma entrevista exclusiva foi concedida pelo governador Tarso Genro ao jornal eletrônico Sul21. Em destaque, no material, a nova etapa na politica de comunicação do Palácio Piratini. Também faz um balanço dos dois anos e meio de governo, além de, entre outras questões,
apontar “as metas estratégicas para o período restante”.
Chama a atenção, igualmente, o que ele considera “erros e preconceitos em relação ao governo na cobertura midiática dos veículos da RBS”. Entende que são expressões de uma visão político-ideológica saudosista, particularmente do que designa como “era Britto”, que se caracterizou “pelas privatizações (de parte da CEEE, por exemplo, ficando o Estado com as dívidas), o enfraquecimento da capacidade de planejamento do Estado, e…
Bem, melhor mesmo é conferir a reportagem, assinada pelo jornalista Marco Weissheimer, com foto de Camila Domingues (Palácio Piratini). A seguir:
“…Sul21: Nas últimas semanas, algumas manchetes da imprensa, em especial da Zero Hora e de outros veículos do grupo RBS, expõem uma percepção um pouco diferente a respeito da situação de vários serviços públicos no Rio Grande do Sul. “Pesadelo da saúde”, “dois passos atrás” na qualidade de vida, “elefante branco” (no caso do laboratório de medicamentos) foram algumas das expressões utilizadas. Qual sua avaliação acerca dessa percepçãomidiática?
Tarso Genro: Em primeiro lugar, gostaria de dizer que o Grupo RBS e a Zero Hora têm todo o direito de fazer o que estão fazendo. Numa sociedade democrática, a imprensa tem que emitir os seus pontos de vista de maneira totalmente livre. Mas nós também temos o direito de apresentar a nossa compreensão sobre os fatos em questão e analisar os motivos que explicam por que isso está ocorrendo. Podemos partir da seguinte premissa: porque, no Governo Britto a RBS “jogava o Estado para cima” e agora faz tudo para “jogar o Estado para baixo”. Somente ressaltando problemas, sem mostrar o que estamos fazendo para debelá-los, aliás, de maneira inédita nos últimos anos. É sabido que a RBS é, também, além de um grupo midiático, um grupo político-ideológico de comunicação. Não faz, assim, uma cobertura isenta, não só das questões nacionais, como das regionais. Pode-se dizer até que grupos como a RBS e a Rede Globo são, na verdade, um novo tipo de partido político. Eles hierarquizam e organizam a apresentação dos fatos de acordo com a sua visão de mundo. São livres para fazê-lo, graças às conquistas que a esquerda e o campo progressista do país obtiveram a partir da Constituição de 1988. Vou citar alguns exemplos muito significativos, para refletirmos sobre essa percepção midiática.
Tomemos o caso do “pesadelo na saúde”. Essa campanha contra o Sistema Único de Saúde começou fortemente há uns 90 dias aproximadamente, pelo Sistema Globo e pela RBS também. É um momento em que os planos privados de saúde no Brasil entram em crise. Isso gera uma grande inconformidade em setores da classe média, que têm acesso a estes planos de saúde. A campanha feita contra o SUS acabou desviando a atenção do povo e deixando em segundo plano essa crise brutal. O Sistema Único de Saúde, aliás, sempre foi combatido no Brasil, pela direita e pelos defensores do privatismo sem fronteiras. Esse sistema garante, sei lá, 200 a 300 milhões de atendimentos por ano e é um grande serviço que o estado brasileiro presta à população mais pobre. É um sistema que está subfinanciado, é verdade, e tem problemas para resolver, é verdade. Precisa contratar mais médicos e qualificar o atendimento, especialmente nas grandes regiões metropolitanas, é verdade. Mas é uma grande conquista do povo brasileiro, que majoritariamente gosta do SUS e o compreende como um grande valor público. Essa visão do caos na saúde, agora, aponta diretamente para um ataque ao sistema público de saúde, omitindo a grave crise pela qual passam os planos privados.
Outra matéria: os “dois passos atrás”, nos índices sociais, esconde o essencial. Os índices apresentados vão até 2010, não atingindo, portanto, o nosso governo. A matéria tampouco faz qualquer menção às políticas públicas de combate às desigualdades sociais e regionais, que começamos a implementar, de lá para cá, exatamente na contramão do que foi feito aqui no Rio Grande do Sul naquele período. E o caso do laboratório de medicamentos do Estado é mais um exemplo nesta direção. O laboratório é apresentado como um espaço em crise, como um serviço público inepto, quando a realidade é que nós estamos exatamente revertendo uma situação de abandono, com investimentos muito fortes para que ele retome a produção de remédios essenciais à população. Esses são alguns exemplos da prática que citei, que hierarquiza a organiza os fatos, na notícia, segundo uma visão ideológica de mundo. Nestas matérias os fatos são hierarquizados para combater o público e para dizer que temos aqui no Estado um governo inepto.
Há outro exemplo muito significativo que é o tratamento que o caderno Dinheiro, de Zero Hora, deu para a questão do desenvolvimento industrial e econômico do Estado. Esse caderno apresenta uma informação que é dolosamente omissa em relação a tudo o que foi feito em dois anos e meio do nosso governo, como se estivéssemos com o sistema de incentivos anterior e como se a economia do Estado estivesse sem investimentos, quando é exatamente o contrário. Nós reformamos e horizontalizamos todo o sistema de investimentos, beneficiando cooperativas e médias empresas e, de outra parte, nunca recebemos tantos investimentos privados. Esse grupo de comunicação faz, assim, um trabalho não só de jogar o Rio Grande do Sul “para baixo”, de forma permanente, como também de aproveitar esse “jogar para baixo” para tornar irrelevante um governo de esquerda, que está revertendo uma situação que herdamos de governos anteriores, pelos quais eles tinham um carinho todo especial. Tem o direito de fazê-lo. E nós de responder…”
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TODAS as alternativas anteriores estão CORRETAS!!!
A RBS tem sua compreensão sobre o governo, Tarso tem a sua e os comentaristas do site, que são oposição ao governo, também opinam. É assim que funciona.
Tarso com seu jeito ” fascista” de governar, esta afundando o nosso querido Estado. FORA TARSO!
Que é do piso dos professores? E o passe livre que era para agosto? E o alinhamento com o governo federal que possibilitaria a renegociação da dívida? E o valor da dívida, o que ocorreu com o endividamento do RS durante o governo do Tarso? O SUS é uma grande conquista que não funciona? Depois que deixar o Piratini, Tarso vai receber 14 mil por mes de aposentadoria, é justo? Briguinha com a Rede Globo para fazer cortina de fumaça não responde estas perguntas.
Só gostaria de saber quem disse que o Jornal Eletrônico Sul 21 é isento e apartidário? No tocante ao governo, entra ano e sai ano as desculpas são sempre as mesmas… Nos resta rezar e torcer por um governo que realmente realize os desejos e anseios do povo gaúcho que a anos anda perdendo qualidade nos serviços prestados.
Para o dr. Tarso o inferno são os outros. Faz um governo pífio como todos os outros e coloca a culpa na rbs, na direita, nos antecessores, na bruxa malvada…