OBSERVATÓRIO. Um insólito surto oposicionista

Está lá, no Dicionário Michaelis, utilizado pelo colunista. Insólito: “raro, incomum, desusado, excepcional”. Esses são os sinônimos. Já o antônimo é “habitual”. Trazendo para a política parlamentar local, se poderia dizer que o antônimo, “habitual”, é o normal, quando se trata da oposição. Afinal, ver e ouvir PSDB, PT e PPL, alinhados no combate político e na fiscalização do Executivo, é o normal.

O insólito, no entanto, está prevalecendo. Principalmente no lado do governismo. Na sessão do Legislativo da última terça-feira, por exemplo, até o (quase sempre) governista Manoel Badke se manifestou contrariado com as ações da Prefeitura (que ele e seu partido, o DEM, apoiam e da qual fazem parte, inclusive no secretariado) no bairro onde concentra seus votos, Camobi.

O demista foi leve, porém, perto do que falou naquele dia, e em muitas sessões anteriores, quase que consecutivamente, o peemedebista João Carlos Maciel. Esse, por suas posições contumazes, ninguém mais estranha. Imagina, então, se virar presidente do PMDB, como declarou ser seu desejo. Ele desancou, de novo, o Executivo – desta vez por conta das péssimas condições das estradas do interior.

O que chamou a atenção, meeesmo, foi a posição de Marcelo Bisogno. É verdade que também criticou, mas com bastante leveza, vamos dizer assim, a demora nas obras viárias anunciadas pelos governos Estadual e Federal. Mas, desta vez, não poupou seu descontentamento com o Plano Diretor de Mobilidade Urbana, que vem sendo vazado a conta-gotas por quem o está elaborando, contratado pela Prefeitura.

Os exemplos acima, exceção feita ao já vezeiro Maciel, indicam estar em curso um surto oposicionista. Mas não pela oposição, senão que por parte dos governistas. Terá isso algum significado adicional, estratégico? Taí algo que só se saberá mais adiante. Mas…