A pacificação (?) das favelas do Rio, que pude conhecer – por Carlos Costabeber
Voltou ao noticiário do Brasil e de todo o Mundo, infelizmente, a guerra entre a polícia e os traficantes nos morros do Rio de Janeiro.
Não quero ser pessimista, mas esse filme a gente já viu; era um fato anunciado.
Escrevo de cadeira, pois há exatamente dois anos (abril de 2012), tive a rara oportunidade de conhecer aquela realidade.
De passagem pelo Rio de Janeiro, fui visitar meu velho amigo e gaúcho de Rio Grande, o General Adriano – que havia comandado a nossa 3ªa DE.
Pois bem! Como ele era o Comandante Militar do Leste, e responsável pela operação da Força Pacificadora do Exército nos Complexos da Penha e do Alemão, pedi que me levasse para conhecer “in loco” aquela situação.
Prontamente o Gen. Adriano mandou preparar a nossa ida (na foto, momento da visita).
Ao chegar no sopé do morro, já se podia visualizar algumas pessoas fazendo contato com o alto dos morros, avisando sobre quem estava a caminho.
Antes de realizar a subida, almoçamos com os soldados na base militar, onde pude conhecer os detalhes da operação e a grande sala da inteligência do Exército e Polícia Militar.
Até chegar na estação dos bondinhos, a gente fica impressionado com o tamanho daquelas favelas. São verdadeiras cidades, com uma casa grudada na outra, ruelas estreitas e escuras, esgoto a céu aberto e ausência de árvores e vegetação. Para mim, aquilo pareceu realmente assustador.
Mesmo estando acompanhado de uma patrulha, é impossível você não se sentir inseguro, mesmo durante o dia.
Pois bem! O Governo Federal e do Rio investiram milhões para colocar a Força de Pacificação naquelas favelas, projetando uma nova realidade para a cidade durante a Copa do Mundo e Olimpíadas.
E parecia que as coisas estavam sob relativo controle, com a ampliação das UPPS; tudo sob o comando do santa-mariense José Mariano Beltrame. Aliás, é tamanho o sucesso do seu trabalho, que ao chegar em qualquer lugar público, o Beltrame é recebido com aplausos.
Só que as coisas estão querendo voltar ao passado recente, com ataques às bases das UPPs – justamente às portas da Copa. E com forte repercussão no exterior, uma vez que milhares de turistas estrangeiros estarão chegando ao Brasil – especialmente ao Rio de Janeiro.
Não acredito que a ajuda da Força Nacional de Paz consiga ajudar a recolocar a situação em ordem novamente. Na época, os traficantes saíram das favelas, se mudando para outras áreas como Niterói. Era, pois, uma questão de tempo, a volta da marginalidade para os morros do Rio.
Pela terrível visão que tive naquela visita, acredito, infelizmente, que estamos à beira de uma perigosa recaída na segurança carioca.
Boa semana!
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