Pós-Lula. Para analista, Dilma Rousseff está fora, mas é o “coringa que garante a canastra”

Que o processo eleitoral de 2010 está em curso, sobra nenhuma dúvida. Mesmo o pleito de 2008, quando se presta a atenção nas sucessões municipais das grandes cidades, tem alguma coisa a ver com o que acontecerá dentro de dois anos – inclusive em nível estadual. Se você olhar com uma dedicação um pouquinho maior o cenário que se monta em Santa Maria, perceberá que por aqui a regra também vale.

O que tem faltado, penso, é análise mais aprofundada, e com alguma razoabilidade no raciocínio, por parte daqueles que observam o que acontece em nível nacional. Outro dia, porém, encontrei algo que, imagino, vale a pena reproduzir.

Se trata de artigo publicado pelo experimentado Luis Nassif, que vai para além da economia, sua especialidade mais conhecida, e põe os olhos sobre os possíveis concorrentes à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele, por exemplo, descarta Dilma Rousseff, e explica por que. E propõe uma discussão interessante sobre quem, então, poderia vir a ser o candidato do coração (e da mente) de Lula. É conveniente ler, pode estar certo. Confira:

“Os presidenciáveis

Minha visão, à luz das inforomações atuais, sobre o potencial dos presidenciáveis.

Está sendo articulada uma frente de centro-esquerda, tacitamente apoiada por Lula, não necessariamente pelo PT. Os principais nomes são Aécio Neves, Ciro Gomes e Dilma Rousseff. Os movimentos são nítidos. Em Minas, por exemplo, o pacto Aécio-Pimentel reservou para um aliado de Ciro Gomes a candidatura a prefeito de Belo Horizonte.

Neste momento, essa costura é o lance mais relevante da política brasileira com vistas a 2010.

Mas é importante entender o papel de cada ator político.

Com essa história do “dossiê-relatório-banco de dados”, a mídia mais uma vez forçou a barra e deu um grande foco ao atingido: a Ministra Dilma (estou me baseando na avaliação de Jutahy Magalhães, reproduzida na coluna da Eliana Cantanhêde, de que Dilma passou a ter visibilidade nas pesquisas eleitorais).

Mas – na minha opinião – Dilma não é candidata a presidente. Ela é a vice que todo candidato a presidente gostaria de ter, o coringa que garante a canastra.

Em Minas, Aécio mostrou a fórmula imbatível: um baita gestor, Antonio Anastasia, como vice-governador, conferindo-lhe o comando gerencial do Estado; e o governador atuando como agente político, fazendo as costuras. Lula repetiu a fórmula com Dilma, embora se envolva mais no dia-a-dia que Aécio.

Essa, em minha opinião, será a fórmula da candidatura de Lula à presidência: um animal político como candidato a presidente e Dilma como a avalista de gestão.

E aí se entra na questão central. O PT não tem um candidato a presidente. O grande nome do partido, hoje em dia, seria Patrus Ananias. Mas não para presidente. Patrus continua candidato a santo e a gestor da mais importante política do governo Lula: o Bolsa Família. Mas não tem perfil para o jogo pesado da política, a capacidade de…”

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui se desejar, a íntegra do artigo acima e, também, a partir deste mesmo endereço, outras notas publicadas por Luis Nassif.