Vamos combinar que o problema não é o número de presos. Eles são muuuitos: 574 mil, segundo dados do Ministério da Justiça. Só os Estados Unidos (2,2 milhões), China (1,6 milhão) e Rússia (740 mil) têm mais. A questão é, exatamente, o sistema carcerário e suas condições que, em vez de ressocializar, como regra ampliam o crime.
O diabo é que, como diz Douglas Martins, do Conselho Nacional de Justiça, a sociedade em que nos inserimos, “tem aquela sensação de que a segurança pública depende do encarceramento”. E onde foi dito isto? Em uma série de reportagens feitas pela TV Brasil e que foram objeto de material produzido pela Agência Brasil, como você pode conferir no texto assinado por Marcelo Brandão. Acompanhe:
“População carcerária do Brasil aumentou mais de 400% em 20 anos
As cenas de prisões superlotadas, cercadas de violência e maus-tratos, que foram vistas recentemente no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, refletem os problemas de todo o sistema carcerário brasileiro. Dados do Ministério da Justiça (MJ) mostram o ritmo crescente da população carcerária no Brasil. Entre janeiro de 1992 e junho de 2013, enquanto a população cresceu 36%, o número de pessoas presas aumentou 403,5%.
De acordo com o Centro Internacional de Estudos Penitenciários, ligado à Universidade de Essex, no Reino Unido, a média mundial de encarceramento é 144 presos para cada 100 mil habitantes. No Brasil, o número de presos sobe para 300. Essas estatísticas fazem parte da primeira reportagem da série Prisões Brasileiras – Um Retrato sem Retoques, do Repórter Brasil, … na TV Brasil.
Ao Repórter Brasil, o diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do MJ, Augusto Eduardo Rossini, explicou que o aumento de esforços de segurança pública é um dos fatores determinantes para o grande número de presos no Brasil. “Houve um esforço grande no sentido do aparelhamento das polícias, para elas terem mais eficácia, não só eficiência…”
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