FHC. Ex-presidente diz que "Real ficou pela metade"
POR MAIQUEL ROSAURO
O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, defende que reformas como a da Previdência, que não foram feitas 20 anos atrás, precisam ser retomadas para o país obter um crescimento sustentável. Vale lembrar que ele foi um dos principais responsáveis pela implantação do Plano Real. Leia a entrevista abaixo concedida à revista Exame:
“O Real ficou pela metade”, diz Fernando Henrique
Em 1993, o Brasil vivia um momento conturbado. Itamar Franco tinha assumido a Presidência após o impeachment de Fernando Collor de Mello. A inflação estava acima de 2 000% ao ano. Foi nesse cenário que o sociólogo Fernando Henrique Cardoso assumiu o Ministério da Fazenda.
Convocou economistas como Persio Arida, Gustavo Franco, Edmar Bacha e Pedro Malan para implantar o Plano Real. Enquanto parte da equipe via no cenário crítico um empecilho ao sucesso do trabalho, Fernando Henrique enxergou uma oportunidade. “Só conseguimos fazer algo inovador porque a situação era difícil e o governo e o Congresso estavam enfraquecidos”, diz.
Hoje, guardadas as proporções, Fernando Henrique vê o cenário como uma chance para o próximo presidente retomar a agenda de reformas, interrompida nos últimos anos. Na entrevista a seguir, ele fala das dificuldades na elaboração do Real e dos problemas do Brasil de hoje.
EXAME – O Brasil está condenado a conviver com problemas como inflação e juros acima da média mundial, gasto público elevado e protecionismo?
Fernando Henrique Cardoso – Não. Chegamos quase ao ponto de nos livrar de tudo isso. A própria presidente Dilma Rousseff conseguiu baixar os juros. É uma pena que tenha arrebentado as contas públicas. Não precisava ser assim, com tanto subsídio e gasto inútil. Agora o Brasil precisaria se abrir. Isso já ocorreu.
Nos anos 90, setores como o têxtil sofreram com a abertura. Houve mudança de patamar tecnológico na indústria automobilística. Com isso, muitos produtores de autopeças fecharam. Mas o emprego aumentou. A Vale do Rio Doce, privatizada, empregou mais. A telefonia cresceu. A mudança é dura, alguns perdem. Mas é preciso entender que, em termos absolutos, muitos mais ganham.
EXAME – Que questão o presidente que entrar em 2015 deveria enfrentar primeiro?
Fernando Henrique Cardoso – Quando estávamos montando o Plano Real, havia setores do governo que eram contra. Certo dia, um ministro apresentou um vídeo sobre como o presidente americano Franklin Roosevelt tirou os Estados Unidos da Grande Depressão aumentando os gastos públicos.
Era um recado para mim, que estava implantando um plano com base na austeridade. Pedi a palavra e disse que, nos anos 30, o governo Roosevelt estava certo. Na época, as empresas americanas estavam falidas, mas o governo tinha dólares para pôr a máquina pública para funcionar.
No Brasil nos anos 90 era diferente — as empresas estavam bem; e o governo, quebrado. A receita tinha de ser outra. Meu ponto: é preciso analisar o momento. Nos últimos anos, houve uma tremenda aceleração do consumo, mas o investimento ficou deficiente…
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"Privatização das telefonicas foi boa. Para conseguir um telefone não é necessário comprar ações das companhias."..@GEF, coloque, o contra-ponto.
"A Privataria Tucana é um livro de autoria do jornalista brasileiro Amaury Ribeiro Jr. , ex-repórter especial da revista Isto É e do cotidiano O Globo e ganhador de .."
Isto posto, a fim de quantificar, o debate.
FH acertou e errou. Pegou a crise da Asia, a da Russia, a da Argentina e rescaldo do México.
Privatização das telefonicas foi boa. Para conseguir um telefone não é necessário comprar ações das companhias. Diminuíram os cabides para pendurar incompetentes.
Saúde? SUS é bom no papel e muito plano de saúde por aí é um SUS com grife. Educação? Se a pública fosse boa não era necessário criar cotas. E tem muita universidade federal por aí que se segura na grife, os diplomas são verdadeiros cheques sem fundo. Os cursos equivalentes nas privadas/fundacionais são muito melhores.
Deixaram pela metade: não tiveram tempo de vender saúde e educação para empresas privadas.