Não deixa de ser interessante. E até comportar um paradoxo. São os chineses e seus olhinhos puxados os maiores parceiros comerciais do Brasil. E não mais os ianques. Nem sempre foi assim, claro, mas passou a ser. E isso faz a grande diferença agora. Sim, no momento em que a economia internacional (que por longo tempo jogou a favor do país) enfrenta solavancos, os chineses se recuperam. O Brasil ganha.
Agora, o paradoxo. Afinal, muito se fala em ditaduras do terceiro mundo, às quais o governo “apoia”, segundo a mídia – esquecendo-se que se trata, sobretudo, de relações comerciais (equivocadas ou não, nada têm de ideológicas). No entanto, é raro, para não dizer inexistente, alguma crítica ao comportamento dócil do país em relação aos chineses. Que, cá entre nós, podem ser qualquer coisa, exceto uma democracia, mesmo que formal.
Mas, enfim… Ah, a proposito da economia chinesa e o que ela representa positivamente para os brasileiros, em particular neste momento, vale conferir o material publicado originalmente na versão online do jornal espanhol El País. A reportagem é de Frederico Rosas. A seguir:
“A recuperação da China representa um alívio para o Brasil…
… As ações da China para estimular sua economia a fim de manter uma taxa de crescimento superior a 7% trazem um alento ao Brasil –que tem em Pequim seu maior parceiro comercial– e ao restante da América Latina. Na bolsa brasileira, por exemplo, a perspectiva de que novos incentivos econômicos serão anunciados em breve no país asiático ajudou a impulsionar nas últimas semanas alguns papéis de peso, como os da mineradora Vale.
A China foi destino de mais de 19% das exportações brasileiras e fonte de 17,5% das importações do Brasil ao longo do primeiro trimestre deste ano. Nas vendas brasileiras ao exterior, por exemplo, Pequim respondeu por quase o dobro do volume registrado pelos Estados Unidos, o segundo colocado no ranking por países. O intercâmbio do Brasil com o território asiático foi, inclusive, o que mais aumentou no período ante os três primeiros meses de 2013, chegando a uma alta de 22% das exportações brasileiras. Entre 2000 e 2005, a China já havia saltado de uma modesta 12ª posição para a terceira no ranking dos parceiros do Brasil, e foi avançando até se tornar o parceiro número um.
Na cesta de produtos, as vendas ao país asiático se concentram principalmente em commodities minerais e agrícolas, como minério de ferro, soja e óleo bruto de petróleo – o que se traduz em questionamentos constantes sobre a diversificação das exportações brasileiras. Já no fluxo contrário, o destaque são bens manufaturados, que são produtos de maior valor agregado e tecnológicos…”
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El Pais em portugues é muito chapa branca. Anos atrás, a China importava commodities do Brasil e vendia produtos acabados para a Europa e Estados Unidos, principalmente. Veio a crise e a correia transportadora quebrou. Quer agora incentivar o consumo interno, mas o negócio não está bonito por lá. Vai tomar medidas para melhorar (podem ou não ter efeito) e isto poderá melhorar a situação no Brasil. Só que nada aconteceu ainda.
A China é a segunda economia mundial só que, para infelicidade dos anti-americanistas tupiniquins, é pouco mais da metade do tamanho da ianque.
Semana passada a China cancelou pedidos de soja dos americanos e do Brasil. Coisa pouca, 500 mil toneladas.