SINDICATOS. Nova diretoria dos Municipários deixa assembleia geral após categoria exigir nova eleição
Direção concluiu o encontro desta quinta sem discutir todos os itens da pauta

Por Maiquel Rosauro
Foi tensa a assembleia geral do Sindicato dos Municipários realizada na fria noite desta quinta-feira (29), no Clube Comercial, em Santa Maria. Entre os itens da pauta estava a apresentação da nova diretoria, porém os dirigentes abandonaram a reunião após pressão da categoria por novas eleições.
Conforme o Site apurou, a maioria dos sindicalizados presentes era contrária à nova diretoria e fazia parte do Movimento Municipários em Luta, de oposição. Eles realizaram diversas intervenções durante a assembleia e reivindicaram a renúncia dos atuais diretores e a formação de uma comissão provisória para promover uma nova eleição.
Contudo, a atual direção não teria aceitado os termos e encerrou a assembleia abruptamente, sem discutir todos os itens da pauta: reforma da previdência, vale alimentação, revisão geral e apresentação dos novos dirigentes.
A oposição, entretanto, permaneceu reunida na forma de assembleia e montou uma comissão provisória que tentará dar andamento a uma nova eleição.
Pleito polêmico
A nova gestão dos Municipários é composta apenas por membros da situação, uma vez que apenas uma chapa se inscreveu para o pleito. Isso aconteceu porque a divulgação ficou restrita a um edital publicado no jornal Correio do Povo.
No dia 3 de maio, a Justiça chegou a suspender a eleição prevista para o dia 8 de maio após uma ação impetrada por dois servidores. O principal apontamento era a divulgação deficiente.
Porém, a nova direção do Sindicato dos Municipários tomou posse em 16 de maio, três dias após o desembargador do Tribunal de Justiça do Estado, Amadeu Butteli, derrubar a liminar que suspendia a eleição da entidade. A eleição ocorreu por aclamação, uma vez que havia apenas uma chapa inscrita.
Outro lado
O Site entrou em contato com a presidente dos Municipários, Vivian Serpa, na noite desta quinta (29). Há poucos minutos, a sindicalista enviou uma nota explicativa, que você lê a seguir, na íntegra:
“Foi convocada uma assembleia extraordinária com a seguinte pauta: Apresentação da nova diretoria; Reajuste anual; Vale-alimentação; Reforma da Previdência. Por se tratar de uma assembleia extraordinária, a pauta era fixa e previamente definida. No entanto, logo no início da apresentação, iniciou-se um movimento de questionamentos por parte de alguns servidores presentes.
Todas as questões levantadas foram devidamente respondidas, dentro dos limites estabelecidos para a reunião, respeitando o caráter objetivo e a pauta proposta.
O Sindicato está empenhado em um trabalho de reconstrução e fortalecimento da defesa dos direitos dos servidores. No entanto, enfrentamos um episódio preocupante: durante a assembleia, foi questionada a legitimidade da chapa já eleita no dia 16/05/2025, conforme o regime eleitoral vigente.
Alguns sugeriram que a diretoria eleita renunciasse, o que gerou divergências. Diante disso, foi afirmado que não haveria renúncia e que a diretoria aguardaria a decisão judicial competente. A partir desse momento, iniciaram-se agressões verbais, motivo pelo qual optei por encerrar a assembleia e me retirar do local.
Vivemos um período delicado, com risco real de perda de direitos e prejuízos na aposentadoria, e infelizmente estamos desperdiçando tempo diante das ações de um grupo de servidores com envolvimento político-partidário. Trata-se de pessoas que não conseguiram registrar candidatura nas eleições e que agora tentam, de maneira truculenta e antidemocrática, tomar o poder à força.
Nosso compromisso é com a categoria como um todo. Estamos realizando mudanças, promovendo maior visibilidade das ações do Sindicato e sempre buscando o diálogo com todos os colegas. No entanto, é lamentável que alguns pensem apenas em interesses próprios, causando impacto negativo para toda a classe.
Apesar dos ataques, não desistiremos. Seguiremos firmes na luta, em defesa de todos os servidores, inclusive daqueles que hoje nos atacam. Defendemos a democracia e respeitamos cada colega de categoria.”
Engraçado que 99 % dos servidores presentes na Assembleia Geral eram oposição ao sindicato ilegítimo. Não eram “alguns servidores” que questionaram a legitimidade da chapa e sugeriram a renuncia da mesma, como disse a “presidenta” na nota divulgada. Todos (99 %) dos servidores presentes na Assembleia Geral não reconhecem a legitimidade deste sindicato. Desde quando exigir explicações, questionar e argumentar se tornou “truculencia”?
Perfeito seu comentário.
A colocação de “tomar a forca” é outra projeção. Foi o que fizeram não publicizado o edital. Agora questionados dizem que, “a partir de agora será diferente”, bah! Não aceitaram votar as propostas de encaminhamento mesmo sendo a assembleia soberana. Fiquei pensando quantas assembleias conduziram ao longo de 3 Ou 4 gestões consecutivas? A ponto de não por em prática uma decisão de assembleia, encerrando a mesma. Por fim, ou tra projeção: quem está a serviço de interesses pessoais quando considera-se a intenção de se perpetuar por tantos anos uma diretoria?
Muito descabida a resposta da presidente. Primeiro, os questionamentos feitos foram desdobramentos da pauta. A atual gestão se incomodou até com o pedido de realização da ata. Um ato necessário e protocolar. Observação leviana imputar um envolvimento partidário ao grupo. A recíproca no entanto, parece se confirmar pelos atos desta diretoria. Outra chapa foi inviabilizada de concorrer pelo processo não ter sido transparente.
Durante a assembleia, foi dito que não haveria renúncia e que a diretoria aguardaria uma decisão judicial. Mas todos sabemos que esse tipo de processo pode levar anos. Até lá, o sindicato segue com sua base dividida, sem clareza, e sob uma direção cuja legitimidade está sendo questionada. Isso não é solução, é empurrar um problema sério com a barriga.
Também é inaceitável a acusação de que há uma tentativa “truculenta e antidemocrática” de tomar o poder. Isso é uma distorção grosseira da realidade.
A verdade, já relatada por este próprio site, é que as eleições foram mal divulgadas, conduzidas sem transparência e, na prática, escondidas dos filiados.
Dizer que quem cobra transparência está tentando “tomar o poder à força” é inverter os fatos. Antidemocrático é se eleger em um processo obscuro e depois acusar de truculência quem exige explicações. E quem realmente se importa com a categoria precisa estar disposto a ouvir críticas e corrigir rumos. O sindicato é de todos, não de um grupo isolado.
Vejam a que ponto chegou a crise dentro do movimento sindical. Poucas categorias continuam com um amplo vinculo entre diretorias e a base. Diretorias que ignoram a ampla discussão de ideias e assumem posturas de agachamento na relação com o patronato são legitimamente questionadas. A continuidade de mesmas diretorias por anos revela um serio problema para o movimento sindical. Torna-se absolutamente necessário renovar as lideranças. Sem liderança conectada com a base, o sindicalismo morre.
Engraçado que a na nota da “presidente” não consta que eles não fizeram eleições limpas, claras e transparentes. Não consta que há anos não prestam contas do sindicato. Ah, não consta também que nem a própria chapa deles segue o próprio regimento, o qual mudaram numa assembleia só com membros da própria chapa. Por que isso não consta na nota dela? Por que não permaneceram na assembleia e respeitaram a vontade soberana dos sindicalizados? Por que fugiram?
Não é curioso que uma categoria, em sua maioria, está insatisfeita e pedindo a saída desta direção? Por que será?
Já que a oposição estava presente gostaríamos de saber onde estavam os apoiadores? NÃO ESTAVAM POIS NÃO TEM e isso pela postura nada democrática de organizar e se declarar vencedores de uma eleição pró forma. Não houve uma eleição mas sim um rearranjo interno na cadeia de comando demonstrando desrespeito total aos filiados e, também àqueles que, como eu, tem pretensão de, “algum dia”, se filiar.
Sindicato esse que assumiu por aclamação de apenas 4 pessoas em uma Assembléia mal divulgada que até hj não mostrou Ata.
Chapa atual com os mesmos membros a 10 anos ou mais, apenas mudaram as funções. Sindicato que já mostrou em outras situações estar a favor do “Patrão” em troca de FGs e sabe-se lá mais o que.
E me arrisco a dizer que o pedido de renúncia ocorreu por 100% dos sindicalizados presentes. Também foi sugerido que alguns membros abdicassem dos seus cargos para dar lugar a novos membros que lá estavam presente para unirmos forças e nos sentirmos mais seguros quanto a decisão dos nossos direitos. Já que ninguém mais confia nos atuais membros para tomarem decisões tão importantes. Pedido negado..
Pedido negado, casa abandonada, servidores ignorados, sem ata, sem conversa, sem democracia.
Foi isso que observei nesta noite fria.