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”Grampos”. CPIs perderam de vez seu charme. Até quando há luzes e tratam de coisa importante

Até o presente momento, ninguém me apresentou uma miserável prova do “grampo” de que teria sido vítima o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes – supostamente flagrado em conversê com o senador Demóstenes Torres. Está com cara de (mais uma) armação da ex-revista Veja, useira e vezeira em inventar reportagens.

 

Alguém já viu o conteúdo do material. Sobre o que os ilustres homens da República falaram? Assim, também posso dizer (e publicar) que alguém falou com outrem e foi gravado por um terceiro. Sem dizer o que, nem por quê. Mas, enfim, funcionou.

 

Se o objetivo da Veja era distrair a atenção para o fato maior, e quem sabe até ajuda-lo a se safar (entenda-se o megaescroque grã-fino Daniel Dantas) pode estar conseguindo. E a CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas, que se fartou com o assunto, ganhando espaço inusitado na mídia grandona, enquanto isso, marcha para o final, pasme, sem qualquer indiciamento. Inclusive porque não há quem indiciar.

 

Não, não é engraçado. É trágico. Afinal, dinheiro público foi gasto para tratar de um não-tema. E consolida-se a idéia de que as CPIs podem até garantir algum ibope, mas perderam completamente o charme. Ao menos é o que posso deduzir, lendo o que escreve o repórter Severino Motta, em material publicado no sítio editado por Etevaldo Dias. A foto é de Antonio Cruz, da Agência Brasil. Acompanhe, a seguir:

 

“CPI dos Grampos pode acabar sem indiciamentos

Com o poder investigativo há muito tempo questionado, sem acesso a provas importantes e sempre com grandes disputas políticas, as CPI’s do Congresso pouco têm satisfeito a população brasileira quando o assunto é punição aos atos ilícitos.

Em voga desde as denúncias de escutas clandestinas nos telefones do alto escalão da República, a CPI dos Grampos pode acabar como tantas outras: Sem indiciar ninguém.

O relator da comissão, deputado Nelson Pellegrino (foto), admite que, por não receber os inquéritos que correm em segredo de justiça, como da operação Chacal e Satiagraha, pouco ou nada poderá fazer contra os acusados de grampos no País, entre eles o banqueiro Daniel Dantas, fundador do Opportunity. Seu raciocínio é simples: Sem provas, sem depoimentos contundentes, como é possível pedir o indiciamento de alguém?

Sem querer entrar no mérito das decisões judiciais, que não liberaram o conteúdo sigiloso para a CPI, Pellegrino se mostrou decepcionado. Chegou a dizer entre colegas que não tem nada contra, mas também nada a favor de Daniel Dantas. O que ele tem contra o banqueiro, na prática, é justamente isso: Nada.

A CPI, a seu cabo, deve sugerir uma Legislação sobre o uso de escutas telefônicas no Brasil, coisa que já foi feita pelo Senado e pelo Executivo. O quadro desenhado nos mostra que a CPI dos Grampos deve acabar como quase todas as outras, um espetáculo maçante para se ver e fácil para se esquecer.

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, outras notas e artigos publicados no sítio editado por Etevaldo Dias.

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