SM MAIS (6). Construção, construção, construção. Eis um setor da economia de Santa Maria que nunca para
A cada ano são construídos, em média, 36 novos prédios residenciais e comerciais em Santa Maria. Setor emprega quase 3 mil trabalhadores
Por JOYCE NORONHA e MARCOS FONSECA, Especial
Santa Maria cresce no embalo da construção civil. O sopro dos programas governamentais de incentivo à moradia e do cenário econômico favorável move a vela mestre das construtoras santa-marienses em direção ao almejado crescimento. A cada mês são erguidos, em média, 36 novos prédios comerciais e residenciais na cidade. Em janeiro de 2014, esses imóveis somavam 195,3 mil metros quadrados de área em construção. São nada menos que 195 campos de futebol feitos de tijolos e cimento que mudam o cenário urbano do Coração do Rio Grande.
Os números do Sindicato da Construção Civil de Santa Maria (Sinduscon-SM) revelam que, em comparação com janeiro de 2012, a área construída cresceu 23,5% (confira os dados do setor no final desta reportagem). Esses dados contabilizam apenas os imóveis coletivos, ou seja, edifícios verticais e prédios comerciais. Residências familiares não entram no levantamento, bem como empreendimentos tocados por construtoras de fora de Santa Maria – o que certamente fariam esses números dobrarem.
O presidente do Sinduscon de Santa Maria, Evandro Zamberlan, aponta três fatores que influenciam o setor. O primeiro é a moeda estável. O segundo é a facilidade de linhas de crédito bancário para construção. O maior financiador é o governo federal, por meio de recursos da Caixa Econômica Federal. Mas ofertar crédito para moradia deixou de ser um privilégio dos bancos públicos para se tornar, também, um grande negócio para as instituições privadas. “Qualquer banco financia, com juros acessíveis”, observa o presidente do Sinduscon-SM.
Por último, entre os fatores que favorecem os empreendimentos imobiliários, está o crescimento da cidade. A construção civil é um dos segmentos mais fortes da economia de Santa Maria, depois do comércio e dos serviços. O que alimenta essa cadeia produtiva é o perfil do município, com suas sete instituições de Ensino Superior, os quartéis do Exército e a Base Aérea. Além dos milhares de estudantes e servidores públicos de outras cidades que vêm residir em Santa Maria, há a forte presença dos militares. “A construção civil é consequência disso”, afirma Zamberlan.
O setor teve um forte impulso com o lançamento dos programas do governo federal de incentivo à casa própria, entre 2010 e 2012. Foi quando começaram a surgir os condomínios residenciais do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) e, mais recentemente, o Minha Casa, Minha Vida. O ritmo das obras públicas diminuiu com a conclusão dos investimentos, mas Zamberlan pondera que a construção segue num panorama de estabilidade. Para atender a esse perfil de consumidores, predominam os imóveis de um e dois quartos. Eles são destinados, principalmente, a estudantes, casais jovens e investidores. “Têm boa rotatividade”, conta Zamberlan.
Além dos imóveis menores e mais simples, o segmento imobiliário local se alimenta do luxo. Prédios de alto padrão brotam a todo o momento. São, em geral, apartamentos e, mais recentemente, condomínios fechados que oferecem moradias que, em alguns casos, superam a casa de R$ 1 milhão.
MILHARES DE EMPREGOS
Para mover esse setor gigante da construção civil são necessárias máquinas e, fundamentalmente, mãos humanas. O Sindicato da Construção Civil de Santa Maria reúne 40 empresas associadas. Elas empregavam, em janeiro de 2014, 2,8 mil trabalhadores diretamente. São pais e mães que sustentam pelo menos 12 mil lares.
Indiretamente, os números são bem maiores, pois entram os terceirizados e os prestadores de serviços. Uma obra necessita de tijolos, cimento, ferros, esquadrias, cerâmicas, canos, fios elétricos e outros inúmeros materiais que são fornecidos por empresas pequenas, médias e grandes.
A tendência para os próximos anos é de o setor imobiliário avançar ainda mais, com os empreendimentos projetados para Santa Maria. Recentemente, o Royal Plaza Shopping anunciou a sua ampliação. É uma obra prevista para daqui dois ou três anos. Há a expectativa da construção de um novo shopping no Bairro Urlândia e o hospital-escola do Centro Universitário Franciscano (Unifra). Por fim, há o Polo da Defesa, iniciativa público-privada que busca atrair empresas do setor da defesa militar. Isso deverá gerar novos investimentos e atrair mais pessoas de fora, exigindo a expansão do setor da construção no Coração do Rio Grande do Sul.
AVANÇO NA CIDADE
Janeiro de 2012
– 158,1 mil m² de área em construção
– 35 prédios em obras
– 2.347 trabalhadores empregados
Janeiro de 2013
– 193,3 mil m² de área em construção
– 36 prédios em obras
– 2.558 trabalhadores empregados
Janeiro de 2014
– 195,3 mil m² de área em construção
– 37 prédios em obras
– 2.823 trabalhadores empregados
Fonte: Sinduscon de Santa Maria
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