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Fotógrafo santa-mariense registra seu amor pelo skate – por Márcio Grings

Essa semana o skate santa-mariense ganhou os jornais e sites de todo o país. No entanto, infelizmente, não há motivos para comemorar. Um jovem skatista de 18 anos relatou como foi agredido por um vigilante dentro do campus da UFSM. Por que o garoto levou porrada? Ele e seus amigos não têm a mínima ideia. Preconceito?  Covardia? Não importa. Fato é que o rapaz ficou repleto de escoriações e felizmente nada mais sério aconteceu.

Lembro-me bem que quando eu era garoto, certa vez em um dos natais da minha infância/adolescência, pedi para os meus pais um skate de natal. Na época, não levei o presente. Isso por que, segundo minha mãe, ela não queria correr o risco de ver seu filho estropiado ou se equilibrando sobre quatro rodas em lugares inadequados. Ou seja: no início dos anos 1980, não existia uma pista para skatistas na cidade. E o mais impressionante é que, passado mais de 25 anos, Santa Maria ainda continua sem um local adequado para prática de skate.

Na verdade, até existe. Temos uma pista que foi construída pela Prefeitura Municipal, só que tem um detalhe importante: esse espaço é totalmente mal projetado. Além de ter se tornado um local perigoso, a rampa localizada no Centro Desportivo Municipal é inadequada, tem ângulos que não favorecem uma prática correta e confiável, entre outros detalhes que inviabilizam a credibilidade da iniciativa protagonizada por gestões anteriores. Posso apostar que não houve planejamento e acompanhamento de profissionais da área quando o projeto saiu do papel. Faz um tempo, também circulou pelos bairros uma pista de lata (desmontável) que “quebrou o galho” até ficar inutilizável.

Muita gente talvez não saiba, mas esse esporte criado na Califórnia em meados dos anos 1960, e que ganhou o mundo, atualmente é o segundo esporte mais praticado no país. Santa Maria é uma cidade que possui um bocado de skatistas que continuam por aí, coreografando perigosamente pelas avenidas e sabe-se lá aonde mais.

É aí que entra o fotógrafo Cauan Queiroz Kehl. Filho de fotógrafo profissional, esse santa-mariense recentemente protagonizou uma exposição onde revelou toda a sua paixão pelo skate. Kehl, que também pratica o esporte há 15 anos, tem como um dos méritos de seu trabalho, mostrar que essa rapaziada se vira para encontrar um espaço por aqui.

E suas imagens dizem tudo. Podemos passear por locais como a Barragem de abastecimento de Santa Maria, os abandonados Clubes Náutico (na Serra) e 21 de Abril (no Itararé), o estacionamento em construção do CDM, entre outros. São sete anos de trabalho, em que Cauan também registrou uma série de eventos do gênero por várias cidades do sul do país, chegando a clicar grandes nomes do skate nacional e internacional.

Uma pena que a exposição já foi desativada. A mostra aconteceu entre junho e julho, no Subsolo Art (Dr. Eduardo Pinto de Moraes 185/quase esquina Olavo Bilac), e não ganhou uma nota sequer na imprensa local. Nada de novo no front. Matando no peito as adversidades, essa rapaziada tremula heroicamente a bandeira do skatismo, e cá entre nós, eles nunca foram tratados com a devida seriedade. Longe disso. Oh, Santa Maria…

 

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