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OUTRO LADO. O protesto pela prisão de ativistas, no pré-final. Ronai Rocha lembra caso de Camila Jourdan

Camila, uma das ativistas 19 presas entre ontem e hoje, no Rio de Janeiro e outros locais do país
Camila, uma das ativistas 19 presas entre ontem e hoje, no Rio de Janeiro e outros locais do país

Pode-se dar a explicação que se quiser. Mas o editor (e muita gente mais, com certeza) não tem dúvida: a prisão de 19 ativistas na véspera da final da Copa teve pelo menos dois objetivos. Um objetivo: frustrar qualquer tentativa de organização de ato de protesto mais efetivo no dia da grande festa do futebol. E o outro, decorrente do primeiro, intimidatório.

Aparentemente, conseguiu. As manifestações foram pífias e prontamente reprimida pelos milhares de agentes de segurança no Rio de Janeiro. No entanto, há um saldo negativo fundamental: o direito à manifestação foi ferido, com um pretexto que…. Bem, algo a se discutir e se analisar, independente do que cada um pensa acerca da nossa democracia.

Aliás, não faltarão oportunistas a se utilizar do fato. Mas esse, definitivamente, não é o caso do professor Ronai Pires da Rocha. Antes de tudo, um democrata. E que conhece pessoalmente uma das presas, Camila Jourdan. Que, provavelmente, será libertada rapidamente – se é que já não foi, neste momento. O estrago, pensa esse editor, concordando com Ronai e sua análise, está feito.

Ah, o texto do professor foi publicado originalmente no blogue dele. Aqui, um trecho, com a possibilidade de lincar a íntegra. A seguir:

Camila Jourdan

Camila Jourdan formou-se em Filosofia na Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 2002. Fez seu mestrado na PUC do Rio, em 2005, e também na PUC concluiu em 2009 seu Doutorado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2009). Depois, foi bolsista CAPES-PRODOC na Universidade Federal do Paraná, entre 2009 e 2010. Nos dias de hoje é professora adjunta do Departamento de Filosofia da UERJ e Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Eu a conheci aqui em Santa Maria, nos encontros anuais dos Colóquios CONESUL sobre filosofia das ciências formais, onde apresentou, por mais de uma vez, o resultado de suas pesquisas.

Camila Jourdan está presa, hoje, no Rio de Janeiro, em Bangu. Foi submetida a exames de corpo de delito e permanecerá, junto a dezoito outras pessoas, na prisão por cinco dias. Todos são acusados de formação de quadrilha, pelo que se lê na imprensa. Nos termos do jornal El Pais, de hoje, são “19 ativistas anti-Copa do Mundo “suspeitos de participar em atos violentos”, informaram fontes oficiais. Os militantes (…) respondem por crimes de formação de quadrilha armada, com pena prevista de até três anos de reclusão.”

Há um clima no Rio de Camila, hoje. Segundo o mesmo jornal El País, “para cada três felizardos que assistirem no domingo a grande final do Maracanã, haverá um policial (ou soldado) vigiando.”Foram mobilizados milhares de policiais, soldados e agentes, com a missão de evitar incidentes durante a partida”, etc… E, por óbvio, hoje é a ultima chance de algum protesto relacionado ao Fifacountry que vivemos nesse mês.

Camila Jourdan participava de protestos contra a Copa. Basta olhar a página dela noFace para ver que sim. Ela faz parte de um contingente de brasileiros que não contém a indignação nos limites privados. Ela ia para as ruas e fazia lá o seu protesto. Como é garantido a todos nós.

Nesse momento, ela está metida num pacote de acusações demasiadamente pesadas e graves para que a gente fique esperando no que vai dar. Não vai passar desapercebido a ninguém que há uma rara combinação de contexto (a final da Copa) e a fragilidade das evidências que pretensamente sustentam a acusação de crime que leva a anos de prisão. Me contem outra. Eu sou um velho conservador, não preciso ser lembrado disso. Mas mais do que conservador, sou velho o suficiente para não cair no conto de que nossa democracia é frágil ao ponto de precisar dessas peneiras policiais grossas, que arrestam Camila e outros…”

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