As eleições presidenciais e a Terceira Via – por Daniel Coronel
Há quase vinte anos, por eleições democráticas, PSDB e PT se revezam no poder, sendo que a atuação do primeiro partido foi fundamental para a estabilidade macroeconômica, a qual é o pré-requisito básico para uma estratégia de desenvolvimento com equidade social, e o segundo partido teve importante contribuição para o aperfeiçoamento dos programas de transferência de renda, os quais são importantes para a diminuição da miséria e da fome.
Contudo, várias e importantes questões não foram enfrentadas nestes quase vinte anos, tais como as reformas tributária, previdenciária e trabalhista, bem como ações para neutralizar o câmbio sobrevalorizado, as altas taxas de juros, os quais impactam negativamente no Produto Interno Bruto (PIB). As razões para a equalização destas questões vão desde falta de vontade política, passando por fragilidades macroeconômicas, sendo que cada um destes partidos atribui ao outro a culpa pela ausência de reformas e ações.
Neste contexto, várias candidaturas já tentaram se colocar como terceira via, ou seja, como uma alternativa a tais partidos, contudo até a presente eleição nenhuma teve consistência e força política para exercer tal papel.
Não obstante a isso, a ex-senadora Marina Silva, a qual, devido a uma tragédia que vitimou o jovem e promissor político Eduardo Campos, apresenta-se ao eleitor como uma candidata capaz de unir os melhores quadros de ambos os partidos e fazer um governo diferente, o qual tenha como mote uma estratégia de desenvolvimento econômico, social e ambiental sustentável.
Com certeza, a ideia e a intenção são louváveis, contudo algumas questões precisam e devem ser esclarecidas, tais como: quais estratégias serão utilizadas para desvalorizar o câmbio e diminuir os juros, sem o risco da inflação, como ter escola em tempo integral, manter os programas sociais, sem comprometer a estabilidade macroeconômica e ainda ter um crescimento sustentável e, por fim, como fazer uma forte coalizão política sem os resquícios patrimonialistas e clientelistas, o que será fundamental para garantir a governabilidade?
Caso a candidatura Marina consiga, em menos de sessenta dias, responder a estas e outras questões, possivelmente a polarização entre PT e PSDB esteja chegando ao fim, e, se a candidata não conseguir, é bem provável que a sociedade não queira se arriscar e faça a opção por uma destas forças políticas. Quem viver, verá.
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