A linha da sobrevivência – por Carlos Costabeber
Às vésperas do 2º turno e da posse dos novos eleitos sempre surgem informações e temores com relação ao futuro das pessoas e dos negócios. E realmente é uma preocupação de fundamento, pois o Brasil vive momentos de incertezas com relação à economia. Estamos no começo de um processo recessivo, e que não tem data para acabar.
Por isso, quando me perguntam a respeito do futuro dos negócios, desenho um gráfico muito simples, que chamo de LINHA DA SOBREVIVÊNCIA. Essa linha fictícia, coloca na parte superior as empresas que IRÃO SOBREVIVER EM QUALQUER SITUAÇÃO, independentemente de quem será o Presidente, o Ministro, o Governador ou o Partido vencedor.
Já na “linha debaixo”, estão aquelas que correm o RISCO DE DESAPARECER, dependendo do tamanho das mudanças que irão ocorrer no cenário macroeconômico, e com o mercado consumidor.
Já as pessoas (que não têm estabilidade no emprego) também devem traçar a sua “Linha da Sobrevivência”, pois o mercado de trabalho está começando a apresentar mudanças no curto e médio prazos. Obviamente, a EXPERIÊNCIA e o CONHECIMENTO, passam a fazer a diferença em qualquer momento de dificuldade.
O Brasil viveu uma década de “pleno emprego”, onde até as pessoas sem qualificação encontraram colocação; notadamente no ramo da construção civil e nas empresas prestadoras de serviços.
Só que esse cenário tende a mudar, e até na construção civil as oportunidades de emprego estão se reduzindo, em razão de uma possível queda na demanda de imóveis. E essa é uma situação que tende a se estender a outros segmentos da economia, como no varejo, e na indústria brasileira como um todo.
Aí é que entra a tal da “Linha da Sobrevivência”. Haverá uma disputa cada vez maior pelas vagas de emprego, e todos os profissionais devem se perguntar: “ESTOU QUALIFICADO, caso haja a necessidade de buscar uma nova oportunidade de trabalho”?
O mesmo deve passar pela cabeça dos empresários, que devem se perguntar: “MINHA EMPRESA ESTÁ PREPARADA para enfrentar a nova realidade de mercado”? Recentemente escrevi nesse espaço que aqueles executivos que sobreviveram nas crises anteriores ao Plano Real, estão muito mais preparados para enfrentar as dificuldades, do que os mais jovens/menos experientes.
Por isso, deixo uma pergunta no ar: O QUE É MAIS IMPORTANTE, A EXPERIÊNCIA OU O CONHECIMENTO no comando dos negócios? Não tenho qualquer dúvida, de que nos momentos mais difíceis, a EXPERIÊNCIA VAI FAZER A DIFERENÇA.
Portanto, espero que tanto os profissionais como os empresários, analisem o lugar em que se encontram, nessa imaginária “Linha da Sobrevivência”. Essa busca de conscientização, de antecipação ao que está por vir, pode fazer a diferença no mercado de trabalho e na sobrevivência das empresas.
Em entrevista no mês passado, o ministro Mantega afirmou que Dilma é responsável pela política econômica e vai levar a mesma às últimas consequências. A economia não subsidiada vai sofrer.