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PESQUISA. Os homens ficam no campo, as mulheres vêm para a cidade – fenômeno longe de ser incomum

Cassiane fez sua coleta de dados, inclusive entrevistando solteiros que vivem no campo, em Alegrete
Cassiane fez sua coleta de dados, inclusive entrevistando solteiros do campo, em Alegrete

A pesquisa virou tese de doutorado. E vai virar uma obra, com a contribuição de pesquisadores brasileiros e até de outros países do mundo. Do que se está falando? De um fenômeno que não chega a ser exatamente raro, bem pelo contrário: homens, mais apegados ao campo, ficam por lá; enquanto as mulheres, que se rebelam com a contingência histórica visível há algumas décadas, buscam outros espaços.

Consequência: a solteirice no meio rural, devidamente estudada pela agora doutora em extensão rural pela UFSM, Cassiane da Costa, sob a orientação do professor Joel Marin – que está organizando a obra a ser lançada não demora muito. Quer saber mais dessa situação bastante peculiar? Confira o material produzido pela Coordenadoria de Comunicação Social da Universidade. O texto é de Claudine Freiberger Friedrich. A foto é do Feicebuqui. Acompanhe, a seguir, um trecho:

Solteirice no campo: uma construção social

O crescimento e modernização das cidades, a expansão dos meios de comunicação e a obrigatoriedade do ensino são alguns dos fatores que impulsionam o êxodo rural, sobretudo de mulheres. Assim, são comuns os casos de homens apegados à terra que permanecem no campo, restando-lhes a condição de solteiros. Com base nessa situação, o professor Joel Orlando Bevilaqua Marin, do Departamento de Extensão Rural da UFSM, desenvolve estudos sobre a masculinização e o processo de envelhecimento da população, a fim de entender a realidade dos solteirões no campo e buscar alternativas que melhorem essa condição. 

Tendo como inspiração e fundamentação teórica para suas pesquisas os conceitos de célibat paysan, de Pierre Bourdieu, Marin afirma que até a década de 60 eram raríssimos no Brasil os casos de homens solteiros no meio rural, já que todos encontravam casamento na própria comunidade ou em comunidades vizinhas. As famílias também expandiam as fronteiras agrícolas, em busca de terras. Porém, da década de 70 em diante, as mulheres deixaram de aceitar facilmente os papéis de meras donas de casa e a relativa dominação masculina no campo, para então conquistar o mercado de trabalho nas cidades. Já o homem, normalmente mais apegado à terra e à autonomia do trabalho rural, opta pela permanência, dando continuidade ao serviço desenvolvido pelos pais.

O tema da solteirice masculina no meio agrícola resultou na tese de doutorado de Cassiane da Costa, defendida este ano no Curso de Doutorado do Programa de Pós-graduação em Extensão Rural da UFSM. Orientada por Marin, Cassiane levou em conta a situação dos solteirões na agricultura familiar do município de Alegrete/RS. Tratando da solteirice como uma construção social, Cassiane conclui que as restritas condições socioeconômicas de famílias de agricultores favorecem a solteirice em Alegrete. Entretanto, há valorização positiva da vida rural por esses homens, como citado na tese…”

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